Folhetos de saúde

Paralisia do sono

© Equipe Editorial Bibliomed

O que é a paralisia do sono?

A paralisia do sono é um distúrbio pautado pela incapacidade periódica de realizar movimentos voluntários, que pode ocorrer tanto no início do sono quanto ao despertar, e tanto durante a noite como pela manhã.

Estima-se que ocorra em cerca de 25% dos portadores de narcolepsia, sendo que também pode ocorrer nos indivíduos sem tal distúrbio.

Como é diagnosticada?

A detecção da doença é eminentemente clínica, ou seja, baseado no relato do doente o médico levanta a suspeita diagnóstica.

O quadro clínico é usualmente relatado pelo doente como algo assustador, uma vez que este tem consciência da paralisia de todos os músculos do corpo, exceto os músculos da respiração e os que movimentam os olhos. Os reflexos tendinosos também se mostram deprimidos durante o evento.

O quadro de paralisia dura de alguns segundos a poucos minutos. Alguns doentes, especialmente aqueles com quadro de narcolepsia associada, podem apresentar alucinações, as quais se manifestam como sonhos vívidos. Tais episódios ocorrem próximo do despertar, na transição sono/vigília, permanecendo algum tempo durante o processo de despertar. Geralmente o indivíduo tem consciência de que aquilo não é real, constituindo-se numa alucinação.

O doente pode queixar-se de incapacidade para mover o tronco ou os membros logo ao iniciar o sono ou então ao acordar. Para ser firmado o diagnóstico de paralisia do sono é necessário descartar qualquer anormalidade orgânica que possa se associar a incapacidade temporária de movimentação voluntária, tais como alguns distúrbios psiquiátricos (ex: histeria), ou alterações na quantidade de minerais no organismo (ex: diminuição da concentração de potássio no sangue, que pode conduzir a um quadro denominado paralisia hipocalêmica).

Se a paralisia do sono está associada com relato de história da doença em outros membros da família, diz-se que a doença é do tipo familiar. Na ausência de algum parente acometido, a doença é classificada como de tipo isolado.

Estima-se que metade das pessoas já tenha vivenciado algum episódio de paralisia do sono ao menos uma vez na vida. No entanto, quando tais episódios têm caráter recorrente, caracteriza-se a presença da doença.

Qual o tratamento?

Naqueles pacientes com sintomas recorrentes, o médico habilitado no manejo de tal doença, costuma prescrever medicamentos antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina (ex: clomipramina, fluoxetina).

Lembre-se, somente o médico poderá orientá-lo na abordagem desta condição.

Fontes:

Simon RP, Sunseri MJ. Distúrbios do sono e do despertar. In: Goldman L, Bennet JC. CECIL Tratado de Medicina Interna. 21a ed, editora Guanabara Koogan S.A. RJ, 2001: 2265 – 2269.

Martinez D. Parassônias. In: Martinez D. Prática da Medicina do Sono. Editora FUNDO EDITORIAL BYK, SP, 1999: 123 – 128.