Folhetos de saúde

Narcolepsia

© Equipe Editorial Bibliomed

O que é a narcolepsia?

Trata-se de um transtorno do sono caracterizado por sonolência excessiva durante o dia, relacionado com anormalidades do estágio REM (“movimentos rápidos dos olhos”) do sono.

É mais comum em indivíduos com idade entre 10 e 40 anos. Afeta de forma semelhante pessoas do sexo masculino e feminino. Vários estudos demonstram a existência de uma transmissão genética do distúrbio, ou seja, haveria uma tendência familiar em desenvolver os sinais e sintomas da narcolepsia.

Como se identifica?

O diagnóstico da narcolepsia é firmado a partir de dados clínicos, baseados na história típica da doença. Podem também ser utilizados exames complementares a fim de se provar a alteração na fase REM do sono.

Os sintomas mais comuns são uma sonolência diurna excessiva, associada a fraqueza muscular repentina. O doente apresenta episódios de cochilos recorrentes ou até mesmo sono involuntário, de ocorrência quase diária, durante um período de pelo menos três meses.

Tal hipersonia (excesso de sono) ocorre geralmente durante a realização de atividades repetitivas e monótonas, havendo certo alívio mediante estimulação motora ou intelectual. Porém, não é rara a ocorrência de ataques narcolépticos durante conversas, refeições ou enquanto se dirige um veículo.

Pode ocorrer perda repentina do tônus muscular postural, com conseqüente queda ao solo.

Como se trata?

O tratamento da narcolepsia fundamenta-se em medidas comportamentais e abordagem farmacológica.

O doente deve realizar sonecas planejadas com duração em torno de 15 a 20 minutos, distribuídas ao longo do dia. Uma a três sonecas usualmente são suficientes para atenuar a sonolência, permitindo um aumento do número de horas durante o dia livre de vontade de dormir. Também é bastante útil a prática regular de atividade física, evitar refeições gordurosas e calóricas, evitar o uso de estimulantes tais como a cafeína.

O tratamento medicamentoso deve ser conduzido por auxílio médico especializado. Os medicamentos usualmente prescritos para contornar os sintomas são os estimulantes (ex: metilfenidato, dextroanfetamina). No entanto, tais medicamentos quando usados de forma contínua e excessiva têm o potencial de provocar efeitos colaterais, sendo os mais comuns a irritabilidade, inquietação e a hipertensão arterial.

Dessa forma, para uma melhor abordagem da doença e adequado controle dos sintomas, faz-se necessária a conjugação das medidas não-farmacológicas e o eventual uso de medicamentos, sempre sob tutela do profissional capacitado para abordar a doença.

Lembre-se, somente o médico poderá orientá-lo na abordagem desta condição.

Fontes:

Simon RP, Sunseri MJ. Distúrbios do sono e do despertar. In: Goldman L, Bennet JC. CECIL Tratado de Medicina Interna. 21a ed, editora Guanabara Koogan S.A. RJ, 2001: 2265 – 2269.

Martinez D. Dissônias. In: Martinez D. Prática da Medicina do Sono. Editora  FUNDO EDITORIAL BYK, SP, 1999: 115 – 122.