Folhetos de saúde

Insônia

© Equipe Editorial Bibliomed

O que é a insônia?

A insônia é definida como uma sensação de sono inadequado tanto em quantidade como em qualidade, geralmente não relacionada com sonolência durante o dia.

A fim de se caracterizar o quadro de insônia é necessário conhecer bem o padrão de sono do indivíduo. A duração normal do sono é muito variável, podendo oscilar desde quatro até onze horas. Trata-se de característica biológica muito singular, uma vez que determinadas pessoas conseguem se sentir revigoradas apenas com poucas horas de sono, enquanto outras necessitam de muitas horas para obter o descanso necessário para seu organismo. Dessa forma, a duração do sono não se mostra uma característica muito útil para se definir a adequação do sono do indivíduo.

É claro que diante de mudanças bruscas no tempo de sono da mesma pessoa é possível inferir a presença de um quadro anormal. Assim, aquele indivíduo que quotidianamente dormia cerca de oito horas por noite, passa a dormir apenas cinco, e começa a apresentar sintomas, é bastante provável que ele apresente um quadro de insônia.

Como se identifica?

O diagnóstico de insônia é realizado clinicamente, através de uma série de perguntas que o médico faz a seu paciente. Pelo relato do paciente, então, é possível proceder-se a suspeita clínica.

O diagnóstico é bastante focado na qualidade do sono do indivíduo, bem como nas incapacidades e restrições provocadas pela privação diária de sono. Conforme já dito, na análise individual de cada paciente é possível utilizar-se da informação da duração do sono, especialmente quando há modificação nesta quantidade habitual de sono.

Durante a investigação da insônia, é importante saber se o quadro é recente ou já vem de longa duração; se está associado com uso de algum medicamento, ou a algum evento traumatizante; se a dificuldade para dormir está associada a incapacidade em iniciar o sono, ou a múltiplas interrupções durante o sono (despertar noturno), ou ao fato de despertar mais cedo, ou até mesmo a presença de sono com duração habitual, porém não revigorante. Essas características são importantes porque têm implicações diagnósticas e prognósticas, ou seja, a evolução e o tipo de tratamento da insônia dependem da resposta a essas questões.

Além disso, também é necessário saber do cônjuge se há despertar parcial do paciente durante o sono, se existe alguma dificuldade respiratória perceptível ou se há presença de movimentos involuntários do indivíduo neste período de sono.

Habitualmente a insônia é subdividida em dois tipos principais, a saber: insônia de situação e insônia comportamental. Cada um desses tipos tem características próprias, e serão abordados em folhetos específicos.

Lembre-se, somente o médico poderá orientá-lo na abordagem desta condição.

Fonte:

Simon RP, Sunseri MJ. Distúrbios do sono e do despertar. In: Goldman L, Bennet JC. CECIL Tratado de Medicina Interna. 21a ed, editora Guanabara Koogan S.A. RJ, 2001: 2265 – 2269.