Folhetos de saúde

Insônia: causas e métodos de tratamento

© Equipe Editorial Bibliomed

Por que é tão difícil tratar a insônia?

A insônia é um sintoma freqüentemente encontrado na população em geral. Apesar disso, o que se nota é que na grande maioria das vezes a insônia é tratada de forma inadequada, desconsiderando-se as possíveis causas envolvidas no seu surgimento.

Por que é importante tratar adequadamente a insônia?

Quando os fatores que determinam a insônia são ignorados, a resposta clínica nem sempre é satisfatória, fazendo com que o paciente desenvolva, com o passar do tempo, distúrbios psicológicos e sociais, além da diminuição da capacidade ocupacional e da memória – ou seja, ocorre uma piora na sua qualidade de vida.

Como pode ser classificada a insônia?

A insônia pode ser classificada de acordo com a sua causa aparente (devido a situações como transtornos mentais, distúrbios clínicos, uso de substâncias, entre outras); segundo seus sintomas (dificuldade de iniciar ou manter o sono; conseguir ter um sono restaurativo) e duração (aguda – menos de 1 mês; crônica – por um período maior que 1 mês). Mulheres e idosos são os que mais frequentemente apresentam estes sintomas.

O que é necessário para tratar a insônia?

Para o tratamento da insônia, uma história detalhada deve ser coletada, de forma a tentar identificar a causa base. Só assim pode ser feito o seu manejo adequado. Um dos princípios gerais para esse fim é a higiene do sono – hábitos que favorecem uma boa noite de sono, como por exemplo, o estabelecimento de horários apropriados para dormir e acordar, usar a cama apenas para dormir e realização de atividade sexual, evitar cafeína, álcool e nicotina nas seis horas antes de deitar, entre outros.

Apenas medidas de higiene são suficientes para assegurar uma boa noite de sono?

Muitas vezes sim, outras não. Um outro método muito empregado para o tratamento da insônia é o cognitivo-comportamental, que inclui técnicas de relaxamento, biofeedback (controle do estresse e ansiedade), controle de estímulos e restrição de sono. No entanto, devido à necessidade de visitas freqüentes ao especialista e à demora em se observar os resultados (também não se pode esquecer a questão dos custos), muitas vezes essa terapia não é aplicada.

Quais os tratamentos mais utilizados para tratar a insônia?

O tratamento mais utilizado é o que incorpora as medidas citadas acima e o uso de medicamentos, sempre de forma racional. Os remédios comumente empregados são os benzodiazepínicos (Triazolam; Flurazepam, etc) e os não-benzodiazepínicos (Zolpidem r ; Zaleplon r , Ramelteon r , etc).

Existem diferenças entre esses dois grupos de medicamentos?

Sim. Os primeiros estão associados a uma maior taxa de dependência e abstinência, devendo ser utilizados com cautela. Os do último grupo são hoje uma excelente opção, em virtude dos poucos efeitos colaterais apresentados, mas normalmente envolvem maiores custos.

Há outras opções para o tratamento da insônia?

Muitas outras substâncias têm sido utilizadas, como a melatonina, antihistamínicos, antidepressivos, ervas (kava-kava, valeriana, etc.), mas várias delas não apresentam estudos que comprovem sua eficácia.

Fonte: Cleveland Clinic Journal of Medicine; 74 (4): 251 – 266 (April 2007)