Existem novidades acerca da doença de Crohn e de  outras doenças inflamatórias intestinais?

Sim. Um novo estudo publicado na revista Journal of Clinical Investigations em seu número de março de 2007 analisou as hipóteses relacionadas com a origem das doenças inflamatórias intestinais, que incluem a colite ulcerativa e a Doença de Crohn.

Quem foram os estudiosos responsáveis pela pesquisa?

O estudo é de autoria de pesquisadores do National Institutes of Health dos Estados Unidos, em seu laboratório para pesquisa de alergias e doenças infecciosas na cidade de Bethesda, no estado de Maryland.

Segundo este novo estudo, quais seriam as origens da doença de Crohn?

A primeira hipótese levantada pelos estudiosos sugere que uma alteração inicial do sistema de defesa da mucosa intestinal leva a uma alteração na resposta inflamatória da flora bacteriana presente normalmente no trato digestivo das pessoas.

Existe uma outra hipótese considerada viável pelos pesquisadores?

Sim. Uma segunda hipótese levanta a possibilidade de que uma alteração nas próprias bactérias da flora do intestino faria com que o sistema de defesa do intestino, normalmente tolerante à sua presença, passasse a reagir contra essas hóspedes outrora bem-vindas.

Diante dessas duas hipóteses diferentes, qual deve ser a correta?

Segundo os investigadores, que examinaram ambas as hipóteses, a primeira delas seria a mais correta (uma resposta alterada do sistema de defesa da mucosa intestinal levaria ao desenvolvimento da doença de Crohn). Eles acreditam , entretanto, que fatores ligados às bactérias podem “facilitar” este tipo de resposta.

Por que, mesmo com o avanço da medicina, ainda não temos uma resposta definitiva para esta questão?

As doenças inflamatórias intestinais têm se constituído em um enigma para os gastroenterologistas e imunologistas desde sua primeira descrição, há mais de 75-100 aos atrás. Essas doenças são representadas principalmente pela colite ulcerativa e pela Doença de Crohn, mas podem também incluir inflamações não-infecciosas do intestino.

Fonte: J. Clin. Invest. 117:514-521 (2007).