Folhetos de saúde

Autocontrole da artrite reumatóide: pacientes cada vez mais ativos

© Equipe Editorial Bibliomed

Como é normalmente o comportamento da artrite reumatóide?

A artrite reumatóide é uma doença crônica, caracterizada pela inflamação das juntas e das estruturas situadas ao redor destas. Apresenta-se com fases de relativa acalmia, intercaladas por estágios de maior atividade da doença, quando os sintomas e o acometimento articular são mais intensos.

Além das articulações, a artrite pode também afetar outros órgãos?

A doença pode também se manifestar em outros órgãos, porém isto costuma ocorrer em fases mais tardias. O controle da artrite reumatóide geralmente exige cuidados multidisciplinares, ou seja, profissionais de diversas especialidades devem assistir ao doente, a fim de que este obtenha melhores resultados terapêuticos e tenha menor número de deformações articulares e de incapacidades.

O próprio paciente pode indentificar os períodos de crises?

Como a atrite reumatóide acompanha o indivíduo durante longos períodos, o doente passa a ser capaz de identificar as fases de maior atividade da doença. Trata-se de aspecto importante, uma vez que mediante piora da inflamação, quanto mais rápido for introduzido o tratamento, melhores serão os resultados obtidos.

Esse tipo de monitoramento, feito pelo próprio paciente, é eficaz?

Há controvérsias. Com o objetivo de testar esta capacidade de percepção da evolução da artrite reumatóide pelo próprio doente, um grupo de pesquisadores publicou um estudo na revista The Journal of Rheumatology, no início de 2007. O trabalho contou com a colaboração de 88 voluntários, portadores de artrite reumatóide, que foram acompanhados por um período de três meses.

O que foi verificado neste estudo?

Foi verificado que a capacidade do doente em identificar quais juntas estavam mais doloridas, e conseqüentemente com maior inflamação, foi similar à obtida na avaliação médica. A identificação do inchaço articular pelo médico também foi parecida a percepção do doente.

O que isso significa?

Com isso, conclui-se que, com educação e orientação adequados acerca da doença, pacientes portadores de artrite podem monitorar com eficácia as oscilações entre crises e acalmias, facilitando o acesso aos tratamentos hoje disponíveis para o manejo da doença. Desta maneira, o doente torna-se mais ativo, tanto na escolha da melhor forma de abordar a doença, quanto nas eventuais mudanças no curso do tratamento.

Fonte: J Rheumatol, January 2007; 34: 54 – 6.