Folhetos de saúde

Crises de pânico

© Equipe Editorial Bibliomed

O que são?

As crises de pânico são uma manifestação exacerbada e intensa da ansiedade, onde há alterações no organismo semelhantes as percebidas em situações de perigo iminente. Dessa forma, durante a crise, o indivíduo apresenta uma aceleração dos batimentos cardíacos, suor excessivo, tremores, sensação de falta de ar, ânsia de vômitos, ondas de calor pelo corpo, formigamento nas pernas ou nos lábios.

Nas crises mais graves e intensas o doente pode manifestar sensação de “cabeça leve”,  sensação de perda de controle, “auto-estranhamento” e percepção que o ambiente está diferente, não familiar.

Também é o comum a pessoa em crise sentir muito medo de ter um infarto, de morrer, ou de enlouquecer.

Como se detecta?

Tipicamente as crises de pânico têm início repentino, chegando ao ápice dos sintomas em cerca de 5 a 10 minutos. Há regressão dos sintomas em curto espaço de tempo, usualmente em cerca de meia a uma hora.

Os principais desencadeantes da crise são situações de maior estresse para o portador do distúrbio, tais quais quando este fica em locais com grandes aglomerações de pessoas, túneis, congestionamentos ou perante situações de ameaça.

Como se faz o diagnóstico?

Os critérios diagnósticos mundialmente aceitos para se fechar um diagnóstico de ataque de pânico consistem em um ou mais ataques de pânico (períodos distintos de medo ou desconforto intensos) que ocorreram de forma inesperada ou não foram desencadeados por situações nas quais a pessoa era o foco das atenções.

Pelo menos quatro dos sinais e sintomas ocorreram durante um dos ataques:

• Sensação de falta de ar ou de asfixia;
• Tonteira, sentimentos instáveis ou sensação de desmaio;
• Batedeira no peito ou coração acelerado;
• Tremores;
• Sudorese;
• Ânsia de vômito ou desconforto abdominal;
• Entorpecimento ou sensação de formigamento;
• Ondas de calor ou calafrios;
• Dor ou aperto no peito;
• Medo de morrer; medo de enlouquecer.

Pelo menos, durante alguns desses ataques, ao menos quatro dos sinais e sintomas ocorreram de forma súbita e aumentaram de intensidade dez minutos após o início do primeiro sintoma observado.

Como se trata?

Cada caso deve ser abordado individualmente, de acordo com os fatores causais e com o grau de transtorno encontrado em cada paciente. O tratamento pode ser resumido em três fases, onde na primeira se faz o bloqueio dos ataques do pânico  (iniciando-se os medicamentos), na segunda utiliza-se a psicoterapia (para tentar se superar fobias desenvolvidas pelo paciente), e na terceira busca-se a descontinuação dos medicamentos e a conscientização do paciente de que ele poderá ter uma vida normal. Lembre-se, somente seu médico poderá aconselhá-lo na abordagem desta condição. 

Fonte:

Schiffer RB. Distúrbios Psiquiátricos na Prática Médica. In: Goldman L, Bennet JC. CECIL Tratado de Medicina Interna. 21a ed, editora Guanabara Koogan S.A. RJ, 2001: 2285 – 2295.

Dalgalarrondo P. Síndromes ansiosas. In: Dalgalarrondo P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000:188 – 189.