Folhetos de saúde

Imunoterapia

Equipe Editorial Bibliomed

O que é?

A imunoterapia é uma das modalidades de tratamento das doenças alérgicas. Seus princípios básicos consistem em oferecer ao organismo pequenas quantidades do composto responsável pelo desencadeamento dos sintomas de alergia, de forma a induzir uma tolerância. Assim, o corpo passaria a se “acostumar” com a presença do alérgeno em contato com ele, não desencadeando uma resposta a este, abolindo-se dessa forma os sintomas.

A imunoterapia vem sendo aplicada no tratamento das doenças alérgicas há mais de 90 anos. A forma mais comum de imunoterapia é a aplicação por via injetável de extratos contendo o alérgeno, modalidade popularmente conhecida como “vacina”.

Quais as indicações?

Por se tratar de um processo demorado e incômodo, a imunoterapia apresenta indicações específicas, as quais devem ser respeitadas a fim de se obter sucesso no tratamento.

Para sua realização é necessário que o doente tenha um diagnóstico preciso de doença alérgica mediada por IgE (anticorpo produzido pela sistema de defesa do organismo contra partículas do alérgeno), bem como é preciso haver a identificação precisa da parte do alérgeno responsável pelo desencadeamento dos sintomas de alergia (esta parte é utilizada na produção dos extratos que serão aplicados ao doente).

As principais indicações são:

. Insucesso no controle dos sintomas com as modificações ambientais;

. Crises de alergia com duração de mais de seis horas;

. Quatro ou mais crises de alergia por ano.

Quais as contra-indicações?

As principais contra-indicações à imunoterapia são presença de doença grave ou quando o risco de desencadeamento dos sintomas pelos extratos é grande.

Nestas situações existe um risco aumentado de reações alérgicas graves, que necessitam de tratamento hospitalar, não sendo custo-efetivo instituir tal modalidade de tratamento.

Qual a duração do tratamento?

Os estudos sobre o assunto demonstram que geralmente a tolerância aos alérgenos só é obtida após dois a quatro anos de tratamento.

Após alguns meses de “vacinações”, com o doente já livre de sintomas, as aplicações passam a ser mais espaçadas, variando os intervalos conforme o tipo de “vacina”. Dessa forma, com intervalos maiores, é possível continuar o tratamento durante vários anos.

Usualmente o término da imunoterapia é realizado quando o doente apresenta-se livre dos sintomas alérgicos por um período de um ano.

Lembre-se, somente o médico poderá orientá-lo sobre este tipo de tratamento.

Fonte:

Rios JBM, Carvalho LP, Martins ER, Emerson FE, Tebyriçá JN. Imunoterapia. In: Rios JBM, Carvalho LP, Martins ER, Emerson FE, Tebyriçá JN Alergia Clínica: Diagnóstico e Tratamento. Livraria e Editora RevinterR Ltda, RJ, 1995: 595 – 603.