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O que é?

A asma é uma doença crônica, com episódios de crises agudas, caracterizada principalmente por uma dificuldade no fluxo de ar nas vias respiratórias mais baixas (mais próximo dos pulmões). Essa dificuldade ao fluxo de ar decorre de uma contração dos músculos dessas vias respiratórias, em resposta a uma variedade de estímulos.

Trata-se de doença crônica porque é observado um processo inflamatório nas vias respiratórias mesmo na ausência de crise aguda de falta de ar.

A asma é a doença crônica mais comum na infância, afetando cerca de 20% da população pediátrica. É uma das principais causas de internação em hospitais, com alguns episódios de crises graves necessitando cuidados em centro de terapia intensiva (CTI).

No entanto, felizmente, a maioria das crianças com diagnóstico de asma apresenta doença leve, passível de controle ambulatorial, e que tende a desaparecer com o crescimento da criança.

Quando suspeitar?

Os sintomas mais comuns da crise asmática são falta de ar, dificuldade para respirar, chieira, tosse que se inicia ou piora à noite, aperto no peito, dentre outros. Pode se associar manifestações alérgicas, tais como crises de espirros, coceira no nariz, olho vermelho.

O que caracteriza a asma é a recorrência das crises, ou seja, a criança apresenta episódios repetidos ao longo do ano dos sintomas acima descritos, caracterizando as crises agudas da doença. As crises tendem a piorar nos meses de frio, e perante a exposição a fatores que favorecem a contração da musculatura das vias aéreas inferiores.

Os fatores que tendem a gerar as crises são chamados de alérgenos ambientais. Os mais comuns são a poeira, o mofo, a fumaça de cigarro e os pêlos de animais domésticos e penas de pássaros. Estes alérgenos são responsáveis pela manutenção da resposta inflamatória nas vias aéreas, e seu controle favorece de forma substancial o tratamento e controle da doença.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de asma é realizado pelo pediatra, usualmente apenas com os dados clínicos da criança relatados pelos pais, e com a história de crises recorrentes de falta de ar.

Em alguns casos podem ser solicitados exames complementares, no intuito de se confirmar a presença da doença ou excluir outras doenças que podem ter manifestação semelhante.

Qual o tratamento?

O tratamento das crises é feito com o uso de medicamentos, chamados broncodilatadores. A forma de administração depende da idade da criança e da gravidade da crise. As crises mais graves podem necessitar de outros medicamentos, como os corticóides, a fim de que sejam revertidas. Esses pacientes com quadros graves usualmente ficam em observação por algum período mesmo com a melhora da crise, ou são internados dependendo da evolução apresentada.

O controle para se prevenir a ocorrência de crises é a principal base do tratamento. Baseia-se fundamentalmente no controle de exposição aos alérgenos ambientais, identificação da crise nas suas fases iniciais, e uso correto da medicação preventiva que é prescrita para alguns pacientes.

Apesar de ser uma doença de longa evolução, que demanda cuidados da família e controle das crises, a asma é passível de adequado manejo e a maioria das crianças tem evolução favorável com o crescimento.
Lembre-se, somente o médico poderá orientar o tratamento de seu filho portador desta condição.

Fonte:

Rodrigues MESM. Asma aguda / crise asmática. In: Silva ACS, Norton RC, Mota JAC, Penna FJ. Manual de Urgências em Pediatria. MEDSI Editora Médica e Científica Ltda, RJ, 2003: 206 – 213.