Zika pode causar dano cerebral em bebês sem microcefalia

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Saúde do bebe e da criança

destaque_microcefaliaO dano cerebral relacionado à Zika em lactentes é frequentemente diagnosticado durante a gravidez por ultrassom ou no nascimento em bebês com cabeça anormalmente pequena (microcefalia). No entanto, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, descobriram que mesmo crianças com cabeça de tamanho normal ao nascer podem desenvolver problemas oculares relacionados à Zika ou microcefalia de início tardio (quando a cabeça não cresce normalmente após o nascimento).

 Para o estudo, os pesquisadores monitoraram cinco fetos de macacos em mães infectadas com Zika durante a gravidez. Macacos são considerados um dos modelos animais mais próximos para a gravidez humana, embora a pesquisa em animais não produza os mesmos resultados em seres humanos.

As ecografias semanais não revelaram anormalidades cerebrais evidentes em quatro fetos. Embora os cérebros deles tenham crescido mais devagar do que o normal, não atendiam aos critérios para a microcefalia associada à Zika usada pelos Centers for Disease Control and Prevention.

De acordo com esses critérios, de 91% a 96% das crianças nos Estados Unidos nascidas de mães infectadas com Zika durante a gravidez também não são consideradas microcéfalas, o que significa que elas podem não ser verificadas regularmente para lesão cerebral relacionada à Zika.

Embora o ultrassom não tenha mostrado problemas, exames de ressonância magnética revelaram anormalidades cerebrais em quatro dos cinco fetos. Certas áreas do cérebro não estavam crescendo tão rapidamente quanto outras. De acordo com os pesquisadores, o dano provocado pelo Zika vírus pode ser sutil durante o desenvolvimento fetal ou a infância, podendo os efeitos no desenvolvimento da criança não serem percebidos durante anos.

Mesmo sem causar a microcefalia, os danos ocasionados pela infecção pelo Zika vírus pode causar atrasos neurocognitivos na aprendizagem e aumentar o risco de desenvolvimento de distúrbios neurológicos, como esquizofrenia e demência precoce.

Fonte: Nature Medicine, 05 de fevereiro de 2018

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