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Pílula Anticoncepcional: o que você precisa saber?

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- Temores mais comuns
- Interações medicamentosas
- Como começar e quando parar
- Referências Bibliográficas Selecionadas

Os anticoncepcionais orais (ACOs) são largamente utilizados há várias décadas e sua segurança e eficácia já se encontra bem estabelecida. Todavia, ao contrário de tantos outros medicamentos, os ACOs são utilizados por mulheres saudáveis por longos períodos de tempo, daí advindo a importância de estar-se familiarizado com as informações mais recentes sobre os efeitos colaterais, indicações, riscos e possíveis resultados de interações medicamentosas.

Temores mais comuns

A "usuária perfeita" nunca erra uma pílula sequer, tomando-a sempre no mesmo horário todo dia, sem vômito ou diarréia – isto resulta em uma gravidez a cada 1.000 usuárias de pílula por ano. O comportamento da usuária típica, com interrupções na seqüência de tomadas e variações nos horários de administração resulta em falhas 50 vezes maiores que aquelas das usuárias perfeitas.

Os pontos fortes dos ACOs são a alta eficácia, comodidade no uso, desvinculação com o ato sexual e reversibilidade. Algumas mulheres desistem da pílula devido a náuseas, dores nos seios e/ou na cabeça, alterações no humor ou ganho de peso. É preciso estar ciente que a maioria dos efeitos colaterais passa após os primeiros meses de uso.

Interações medicamentosas

Existem várias interações medicamentosas perigosas entre contraceptivos orais e outros remédios. Alguns anticonvulsivantes (p.ex.: tegretol e fenitoína) podem diminuir o efeito da pílula, aumentando o risco de gravidez indesejada. Este é um risco importante enfrentado por milhares de mulheres portadoras de epilepsia.

A Tabela abaixo apresenta algumas interações medicamentosas dos anticoncepcionais orais. Consulte-a em caso de dúvida (os nomes que aparecem referem-se sempre ao composto ativo de cada medicamento) e comunique com seu(ua) médico(a) caso acredite estar fazendo uso de alguma combinação arriscada.

Medicações que diminuem a eficácia da Pílula

A Pílula diminui a eficácia de...

A Pílula aumenta

a potência de...

Amoxicilina
Ampicilina
Carbamazepina
Metronidazol
Fenobarbital
Fenitoína
Primidona
Rifampicina
Tetraciclina

Clofibrato
Lorazepam
Oxazepam
Salicilatos

Benzodiazepínicos
Betabloqueadores
Cafeína
Corticosteróides
Teofilina
Antidepressivos tricíclicos

Como começar e quando parar

É sempre recomendável realizar uma consulta ginecológica com exame preventivo do colo uterino (chamado Papanicolaou) antes de iniciar o uso da pílula, ainda que este passo seja dispensável em mulheres jovens e saudáveis.

A pílula pode ser iniciada em qualquer momento na adolescência e a opção de tomá-la ou não deve, sempre que possível, ser tomada em comum acordo entre a adolescente, seus responsáveis legais e o(a) médico(a) que a assiste. Não existem evidências científicas mostrando prejuízo do crescimento / desenvolvimento da adolescente devido ao uso de um anticoncepcional oral.

Mulheres com mais de 35 anos de idade, ou fumantes ou, ainda, aquelas com problemas de hipertensão arterial devem discutir com o(a) médico(a) alternativas ao uso da Pílula. Nestas mulheres, o risco de complicações graves é muito sério.

A Pílula pode ser mantida até os 50-52 anos de idade, aumentando a garantia contra uma gravidez não-desejada quando a mulher já se aproxima da menopausa. Alguns testes sangüíneos, particularmente a dosagem de um hormônio chamado FSH, auxiliam o(a) médico(a) a determinar quando é seguro para a mulher com mais de 40 anos suspender o uso da pílula.

Referências Bibliográficas Selecionadas

  1. Pollara T, Kelsberg G, Safranek S, Schrager S. What is the risk of adverse outcomes in a woman who develops mild hypertension from OCs? J Fam Pract. 2006 Nov;55(11):986-988.
  2. Wiegratz I, Kuhl H. Metabolic and clinical effects of progestogens. Eur J Contracept Reprod Health Care. 2006 Sep;11(3):153-61.
  3. Carr BR, Ory H. Estrogen and progestin components of oral contraceptives: relationship to vascular disease. Contraception 1997;55:267-72.
  4. Chasen-Taber L, Stampfer MJ. Epidemiology of oral contraceptives and cardiovascular disease. Ann Intern Med 1998;128:467-77.
  5. Hannaford PC, Webb AMC. Evidence-guided prescribing of combined oral contraceptives: consensus statement. Contraception. 1996;54:125-129.
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06 de abril de 2009