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Síndrome das Pernas Inquietas – Tratamento

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- Como se trata a síndrome das pernas inquietas?
- Qual o prognóstico para os pacientes com síndrome das pernas inquietas?
- Quais pesquisas estão sendo feitas para melhorar o tratamento dessa doença?
- Quais cuidados pessoais são recomendados aos pacientes com essa síndrome?

Como se trata a síndrome das pernas inquietas?

Embora a movimentação dos membros traga algum alívio aos pacientes, esse alívio é apenas temporário. No entanto, a doença pode ser controlada com o tratamento de algum transtorno de base. Freqüentemente, o tratamento de outra doença associada, como o diabetes, a neuropatia periférica, fornecem alívio significativo para vários sintomas. Nos pacientes que apresentam a síndrome, porém sem causa definida, o objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas.

Nos pacientes com sintomas leves a moderados, a prevenção é o ponto-chave. Muitos médicos recomendam algumas mudanças no estilo de vida e nas atividades do dia-a-dia, para eliminar ou aliviar os sintomas. A redução do consumo de cafeína, álcool e tabaco podem ajudar nesse propósito. Alguns indivíduos podem necessitar de suplementação de ferro, folato e magnésio, quando apresentarem deficiência dos mesmos. Os estudos mostram também que a manutenção de um bom padrão de sono pode ajudar a reduzir os sintomas. Algumas pessoas, por acharem que os sintomas da síndrome são minimizados pela manhã, modificam seu padrão de sono. Outros obtiveram melhora após o início de um programa de atividade física regular, o que os ajuda a dormir melhor. Por outro lado, a prática excessiva de atividade física pode exacerbar os sintomas. Em alguns casos, pode ser benéfico também: banhos quentes; massagem nas pernas; bolsa de água quente ou compressa fria.

Alguns medicamentos também podem ser empregados no tratamento dessa síndrome, pertencentes aos grupos dos dopaminérgicos, benzodiazepínicos, opióides e anticonvulsivantes. Os agentes dopaminérgicos, usados amplamente no tratamento da doença de Parkinson, mostraram reduzir os sintomas da síndrome das pernas inquietas, sendo os medicamentos de primeira escolha. Foram relatados bons resultados a curto prazo, embora alguns pacientes tenham desenvolvido um fenômeno caracterizado por alívio dos sintomas à noite, porém estes mesmos sintomas passam a surgir mais cedo.

Os benzodiazepínicos podem ser prescritos aos pacientes com sintomas leves ou intermitentes. Eles ajudam os pacientes a obter um sono mais tranqüilo, mas não aliviam totalmente os sintomas e podem causar sonolência diurna. Como esses agentes podem induzir ou agravar a apnéia do sono, em alguns casos, não devem ser usados em pacientes com essa condição. No caso de sintomas mais graves, opióides podem ser usados devido às suas propriedades relaxantes e analgésicas. Os efeitos colaterais incluem tonteira, náuseas, vômitos, além do risco de desenvolvimento de dependência. Em alguns pacientes, anticonvulsivantes podem ser úteis, já que reduzem os distúrbios sensitivos. Seus efeitos colaterais são: tonteira, fadiga, sonolência.

Infelizmente, nenhum medicamento é eficaz para todos os pacientes com síndrome das pernas inquietas. O que é útil para um paciente específico pode piorar os sintomas de outro. Além disso, medicamento em uso regular podem perder seu efeito, fazendo com que seja necessária troca freqüente do medicamento em uso.

Qual o prognóstico para os pacientes com síndrome das pernas inquietas?

Essa síndrome é, em geral, uma doença para o resto da vida, para a qual não existe cura. Os sintomas podem piorar gradativamente com o avançar da idade, embora mais lentamente nos casos de síndrome sem causa definida, em comparação àqueles com outra doença associada. No entanto, os tratamentos disponíveis atualmente podem controlar a doença, minimizar os sintomas e aumentar os períodos de sono tranqüilo. Além disso, alguns pacientes apresentam remissões, ou seja, períodos nos quais os sintomas reduzem-se significativamente ou desaparecem, podendo durar dias, semanas ou meses. O diagnóstico de síndrome das pernas inquietas não indica o estabelecimento de outra doença neurológica.

Quais pesquisas estão sendo feitas para melhorar o tratamento dessa doença?

Pesquisadores norte-americanos vêm pesquisando sobre um possível papel da dopamina, na síndrome das pernas inquietas. A dopamina é um mensageiro químico, responsável por transmitir sinais entre uma determinada área do cérebro, a substância negra, e o corpo estriado, produzindo atividade muscular intencional. Os pesquisadores suspeitam que o comprometimento dessa via de sinalização possa estar presente nos indivíduos com a síndrome. Pesquisas futuras devem fornecer novas informações sobre como a síndrome ocorre, ajudando os pesquisadores a desenvolver terapias mais eficazes.

Outra linha de pesquisas é a que investiga os efeitos da palidotomia, nesses pacientes. Nessa técnica cirúrgica, promove-se a lesão de uma estrutura cerebral chamada globo pálido. Um estudo recente mostrou que pacientes portadores de doença de Parkinson e síndrome das pernas inquietas beneficiaram-se da palidotomia, obtendo alívio do desconforto causado pela síndrome. Novos estudos devem ser desenvolvidos, para tentar repetir esses resultados em outros pacientes, bem como esclarecer se a palidotomia seria eficaz no tratamento de pacientes com síndrome das pernas inquietas, sem doença de Parkinson.

Quais cuidados pessoais são recomendados aos pacientes com essa síndrome?

Mudanças simples do seu estilo de vida podem ter um papel importante no alívio dos sintomas da síndrome das pernas inquietas. Essas recomendações ajudam a reduzir a atividade extra em seus membros inferiores.

  • Uso de analgésicos: no caso de sintomas leves, o uso de um analgésico comum pode ajudar a aliviar os sintomas;
  • Banhos e massagens: banhos quentes associados a massagem nas pernas ajudam a relaxar a musculatura;
  • Aplicação de bolsa de água quente ou compressa fria: o uso de algum desses, ou a alternância entre os dois, pode ajudar a reduzir os sintomas;
  • Técnicas de relaxamento, como a Yoga ou a meditação;
  • Mantenha uma boa higiene do sono: a fadiga tende a piorar os sintomas, assim é importante implementar um programa de boa qualidade do sono. Idealmente, manter um ambiente tranqüilo e confortável, ir deitar-se todos os dias no mesmo horário, acordar também no mesmo horário todas as manhãs e dormir um número mínimo de horas que garanta um descanso adequado;
  • Atividade física: recomenda-se a prática regular de atividade física moderada. Evitar prática em excesso e muito tarde à noite;
  • Evite cafeína, álcool e tabaco;
  • Mantenha-se mentalmente alerta à noite, pois o tédio e a sonolência, nos momentos antes de ir dormir, podem piorar os sintomas.

Copyright © 2007 Bibliomed, Inc.                                        09 de Agosto de 2007