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Prótese Peniana

Neste Artigo:

- Introdução
- Prótese Peniana

Introdução

A disfunção erétil ("impotência sexual") é um problema comum entre os homens com idade superior a 40 anos, devido a várias causas, como hormonais, uso de medicações, problemas psicológicos, doenças do sistema nervoso ou da circulação. Essa condição é uma importante causa de estresse e de piora da qualidade de vida, os quais podem ser melhorados com o tratamento adequado.

No tratamento da disfunção erétil, a primeira coisa a se fazer é tentar descobrir a causa, pois a correção da mesma pode resolver por completo o problema. Por exemplo, caso o indivíduo faça uso de medicamento que altere a função erétil, pode-se tentar substituí-lo por outro que não cause esse efeito colateral, revertendo o caso. De qualquer maneira, os objetivos do tratamento são a restauração da capacidade de obter e manter a ereção e melhorar a libido (ou seja, o desejo sexual). Existem várias opções de tratamento para a impotência, sendo que a escolha depende da causa do problema e da preferência do paciente. Alguns métodos são incômodos e pouco aceitos pelos homens, sendo, por isso, menos usados. Nesse artigo vamos enfocar o uso das próteses penianas no tratamento da disfunção erétil.

Prótese Peniana

As próteses penianas começaram a ser usadas no tratamento da disfunção erétil há aproximadamente 30 anos, tendo sido a primeira terapia orgânica eficaz para essa condição. Atualmente, as próteses mantêm-se como importante opção terapêutica, naqueles casos que não apresentaram melhora com o uso de outros tratamentos. Apesar de serem menos aplicadas do que outras terapias menos invasivas, as próteses são associadas à maior taxa de satisfação dos pacientes, fornecendo excelentes resultados.

Até há pouco tempo acreditava-se que, com a descoberta de medicamentos e opções não-cirúrgicas para a disfunção erétil, a cirurgia para implante de prótese poderia ser considerada ultrapassada. No entanto, estudos mostraram que com o tempo os tecidos penianos responsáveis pela ereção são substituídos por fibrose, fazendo com que, depois de determinado tempo, a única opção seja mesmo a prótese peniana. Antes do implante da prótese, o médico deve discutir com o paciente todos os detalhes relacionados ao procedimento, bem como as mudanças corporais que ocorrerão e as possíveis complicações. A decisão sobre o implante deve ser tomada em conjunto.

As próteses estão indicadas, basicamente, nos casos de disfunção erétil de origem orgânica, que não respondem aos outros tratamentos, como:

• Doenças neurológicas;
• Doença de Peyronie: caracterizada pela formação de fibrose nos tecidos penianos, podendo causar dor local, curvaturas anormais e disfunção erétil;
• Doenças dos vasos sanguíneos, que afetam o fluxo de sangue para o pênis;
• Doenças, como o diabetes mellitus, que podem afetar os nervos que conduzem os estímulos até o pênis e região pubiana;
• Uso prolongado de medicamentos que afetam a ereção;
• Traumas pélvicos;

Existem basicamente dois tipos de prótese peniana:

1) Maleável ou Semi-rígida: pode ser composta de borracha de silicone apenas ou conter um eixo central de metal ou polímero, com anéis interconectados, que garantem boa ereção e flexibilidade. Elas estão disponíveis em diferentes tamanhos e diâmetros, facilitando a adequação a cada caso. As hastes de silicone são implantadas nos corpos cavernosos do pênis, através de cirurgia, e a ereção é conseguida dobrando-se o pênis para cima, na posição normal de ereção. Uma desvantagem desse tipo de prótese é que o pênis não adquire flacidez semelhante à normal, ficando o pênis sempre com aspecto ereto. Entretanto, suas vantagens são: o implante é mais fácil; o índice de complicações é menor; garante boa rigidez e excelente nível de satisfação do paciente; menor custo. Podem durar até 20 anos.

2) Dispositivos Infláveis: são compostas por duas hastes de silicone reforçado, preenchidas por um líquido (pode ser soro fisiológico), ligadas a um reservatório e a um sistema de insuflação (bomba). Atualmente, estão disponíveis apenas os modelos com duas e três peças e nenhuma delas contém gel de silicone. No modelo de três peças, o reservatório é implantado no interior do abdome. Nesse tipo de prótese, a bomba é implantada dentro do saco escrotal, entre os testículos, e o indivíduo controla a ereção/flacidez peniana através de sua manipulação. Para insuflar a prótese, obtendo-se a ereção, o indivíduo comprime a bomba e o líquido é injetado nas hastes de silicone, implantadas nos corpos cavernosos. A prótese de duas peças é a de mais fácil manuseio. A de três peças é a que garante uma ereção mais próxima do normal, mas é um pouco mais difícil de manusear. A grande vantagem desse tipo de prótese é que, ao contrário das maleáveis, consegue-se um estado de flacidez muito próximo do normal, não causando constrangimento ao paciente. A desvantagem principal é o alto custo, chegando a ser 10 vezes mais caras que as maleáveis. Um problema relatado com esse tipo de prótese é a possibilidade de auto-insuflação, após a realização de atividades físicas. Outro problema observado é a taxa de falha mecânica, com o passar do tempo.

De maneira geral, a técnica de implante dos dois tipos de prótese é semelhante. Trata-se de procedimento cirúrgico, podendo ser feita com anestesia local. A incisão cirúrgica é feita no pênis e no escroto, sendo de pequeno tamanho e, muitas vezes, imperceptível. O tipo a ser implantado depende da preferência do paciente, do custo e da preferência do cirurgião. A retomada da vida sexual pode ser realizada após mais ou menos seis semanas.

As seguintes questões devem ser abordadas antes da cirurgia:

• Alguns pacientes podem apresentar redução da sensibilidade na glande, após a cirurgia. Porém esse fato não altera a função sexual.

• A ereção obtida com a prótese não é idêntica à ereção normal. Assim, existem diferenças no comprimento e no volume do pênis ereto. O paciente deve estar alerta que o comprimento obtido nunca será o mesmo que ele obtinha com ereção normal.

• A prótese peniana trata apenas a dificuldade de obtenção e manutenção da ereção. Questões como redução do desejo sexual e distúrbios da ejaculação devem receber outra abordagem concomitante, como a psicoterapia.

Como procedimento cirúrgico, o implante da prótese peniana associa-se a possibilidade de complicações. Possíveis complicações são: (1) formação de hematomas; (2) lesão da uretra, que pode ser bastante grave; (3) perfuração das camadas do corpo cavernoso; (4) retenção de urina, ou seja, dificuldade para urinar; (5) escolha errada do tamanho das hastes da prótese; (6) dor persistente; (7) formação de fibrose; (8) infecção, principal complicação e a mais preocupante. A infecção geralmente obriga à retirada da prótese e as alterações causadas por ela dificultam um novo implante. Importante ressaltar que essas complicações ocorrem, geralmente, em um pequeno número de pacientes, sendo o procedimento bastante seguro quando realizado por cirurgiões experientes.

A taxa de sucesso da prótese peniana é bastante alta, alcançando níveis excelentes de satisfação, tanto do paciente como da companheira. O nível de satisfação costuma ultrapassar 60%-80%. Na maioria das vezes os homens ficam extremamente contentes com o resultado e costuma se perguntar por que não optaram pelo implante há mais tempo.

Copyright © 2006 Bibliomed, Inc. 01 de Junho de 2006.