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Ginseng

Neste Artigo:

- Introdução
- Efeitos
- Classificação
- Cuidados

Introdução

O ginseng é um dos fitoterápicos mais utilizados em todo o mundo. O gênero dessa erva compreende cinco espécies de plantas de crescimento lento e vida longa, cultivadas em todo o mundo, mas especialmente em países de clima mais ameno. Essa planta vem sendo utilizada há séculos na medicina chinesa e até mesmo pelos nativos norte-americanos. Alguns pesquisadores acreditam, porém, que a erva utilizada originalmente pelos chineses era de outra espécie.

O nome ginseng é derivado de uma palavra chinesa que significa "raiz-homem", porque a raiz da planta tem um formato semelhante às pernas de um homem. Importante dizer que algumas ervas são classificadas erroneamente como ginseng, de forma que é preciso prestar bastante atenção aos vários compostos que são encontrados no mercado, vendidos com promessas milagrosas.

Efeitos

Historicamente, o ginseng é utilizado para melhorar o estado de estresse e cansaço, devido às suas propriedades chamadas "adaptogênicas". Com isso, parece estar associado a uma melhora do bem-estar e a um aumento da habilidade em lidar com os fatores estressores (ambientais, fisiológicos e emocionais). Além disso, outros efeitos seriam a redução da suscetibilidade às doenças e também a diminuição dos danos causados por tratamentos como a quimioterapia e a radioterapia.

Os extratos de ginseng contêm diversas substâncias, mas as principais são as chamadas ginsenosídeos. Esses compostos possuem uma estrutura semelhante a certos hormônios que o nosso organismo produz, e suas ações podem ser devidas à sua ligação aos receptores para esses hormônios. Essas ações afetam diversos sistemas em nosso corpo, incluindo o estímulo à liberação de certos hormônios reguladores e a ativação da produção de proteínas e de colesterol. Os estudos já realizados sugerem que o ginseng pode ajuda a reduzir os níveis de uma substância chamada cortisol, em pacientes com diabetes, e ajuda a elevar esses níveis naqueles pacientes sem diabetes. Isso é importante, porque uma das ações do cortisol é elevar a taxa de glicose no sangue, o que é prejudicial principalmente aos diabéticos.

Acredita-se também que algumas das substâncias encontradas no ginseng atuem na melhora do aprendizado e da memória, tenham efeito sedativo e de redução da pressão arterial. Outro grupo de compostos teria ações estimulantes sobre o sistema nervoso.

Os estudos realizados com o ginseng têm mostrado que os efeitos desse fitoterápico dependem da dose utilizada. Por exemplo, foi mostrado que o uso em baixas doses leva ao aumento da pressão arterial, enquanto altas doses ajudam a reduzir a pressão. Como já comentamos, o ginseng tem efeitos benéficos para os pacientes que são submetidos à quimioterapia, ajudando a reduzir a perda de peso e a estabilizar o sistema imune, ajudando a proteger o organismo de alguns efeitos colaterais desses tratamentos.

Apesar de todos esses efeitos relatados, a maioria dos estudos realizados apresentou resultados discordantes. Acredita-se que isso se deva à qualidade variável das preparações de ginseng utilizadas. Além disso, os estudos não apresentam qualidade satisfatória, que permita a formulação de conclusões definitivas.

Classificação

Existem algumas preparações de diferentes espécies de ginseng, sendo as mais comuns:

• Ginseng Chinês/Coreano (Panax ginseng): atribui-se a ele efeitos estimulantes, melhorando a circulação sanguínea e ajudando na recuperação de doenças leves. Pode ser adicionado a sopas.

• Ginseng Americano (Panax quinquefolius): é o ginseng que é cultivado nos EUA e no Canadá. Parece ter ações calmantes. Um estudo mostrou que o ginseng pode ajudar na redução dos episódios de gripe, em idosos.

• Ginseng Silvestre: é aquele que não é cultivado pelo homem, que nasce naturalmente. Alguns pesquisadores acreditam que sua qualidade é superior à do ginseng que é cultivado, talvez porque ele contem maior quantidade de ginsenosídeos. É bastante raro.

• Ginseng Vermelho: é representado pelo ginseng chinês/coreano que foi submetido ao calor. Seus efeitos seriam de estimulante sexual e combate ao câncer. Um estudo realizado com esse tipo de ginseng mostrou certo benefício no tratamento da impotência. Outro estudo mostrou que essa erva pode ajudar a controlar a recidiva do câncer de estômago.

Cuidados

O ginseng é contra-indicado para os pacientes que apresentam problemas renais e infecções agudas e seu uso também não é recomendado durante a gestação e a lactação. O uso prolongado e em altas doses pode relacionar-se à ocorrência de:

• Diarréia;
• Aumento da pressão arterial;
• Nervosismo;
• Lesões da pele;
• Insônia;
• Dor nas mamas.

Como todo fitoterápico, deve-se ter muito cuidado com as possíveis interações com as medicações em uso pelo indivíduo. Por isso, antes de se iniciar o uso é importante consultar um médico. O ginseng pode interferir no funcionamento de todos os medicamentos abaixo:

• Medicamentos para tratar a pressão alta;
• Anticoagulantes (usados para "ralear" o sangue e prevenir tromboses);
• Aspirina;
• Alguns antiinflamatórios;
• Medicamentos contendo cafeína;
• Hormônios.

Outros efeitos colaterais seriam as palpitações ("batedeira") e batimento acelerado do coração, principalmente em indivíduos suscetíveis. Devido à possível alteração da glicose no sangue, os diabéticos devem ter cuidado ao usar essa erva, pois ela pode favorecer a ocorrência de episódios de hipoglicemia. Além disso, indivíduos que estão apresentando sangramentos não devem fazer uso do ginseng.

Copyright © 2006 Bibliomed, Inc.                                        30 de março de 2006.