Artigos de saúde

Catapora e Sarampo

Neste artigo:

- Introdução
- Catapora
- Sarampo

"Muitas doenças infecto-contagiosas da infância de manifestam através de lesões na pele e, por isso, podem ser confundidas. A maioria das doenças comuns da infância é de caráter benigno, mas merecem atenção por serem altamente contagiosas e por possuírem um risco potencial de complicação. Leia neste artigo acerca da catapora e sarampo."

Introdução

Muitas são as doenças infecto-contagiosas que ocorrem preferencialmente na infância e que se manifestam por lesões na pele, como pontos vermelhos. Essas doenças podem ser facilmente confundidas, mas apresentam características próprias que permitem a sua diferenciação e diagnóstico.

A maioria das doenças comuns da infância é de caráter benigno, mas merecem atenção especial por serem altamente contagiosas e por possuírem um risco potencial de complicação. Para a maior parte delas, não existe um tratamento específico, sendo a vacinação a melhor arma contra muitas dessas doenças.

Duas importantes doenças infecto-contagiosas da infância que se manifestam através de lesões na pele, além de outros sintomas, são a catapora e o sarampo. A catapora principalmente por possuir uma alta incidência e o sarampo por ser potencialmente grave.

Catapora

A Catapora, também chamada de varicela, é uma doença muito contagiosa, na maioria das vezes branda e autolimitada, mas que pode se tornar potencialmente grave pelas complicações.

Ocorre predominantemente na infância, em geral, entre 2 e 8 anos de idade; raramente acomete o recém-nascido. Embora casos da doença ocorram esporadicamente durante todo o ano, a maior incidência se dá no final do inverno e início da primavera.

É causada pelo vírus Herpesvirus varicellae e é transmitida através do contato direto, pelas gotículas de saliva ou secreção das feridas, podendo ser também transmitida da mãe para o feto durante a gravidez.

Na criança, o primeiro sinal da doença costuma ser as lesões na pele, caracterizadas por pequenas bolhas vermelhas que se transformam rapidamente em pequenas bolhas claras ovais tipo "gota-de-orvalho", cujo conteúdo se turva em torno de 24 horas e se rompem dando lugar a crostas, mais conhecidas pelas crianças como "casquinhas". As lesões, amplamente espalhadas, continuam a aparecer em grupos por 3 a 5 dias, a partir do tronco e espalham-se para a face e couro cabeludo. No auge da doença, a erupção apresenta lesões em vários estágios. O envolvimento da mucosa oral e genital é freqüente. As crostas permanecem por 5 a 7 dias e depois caem deixando uma mancha branca que não é permanente. Sintomas como febre, mal-estar ou falta de apetite podem preceder as lesões na pele em cerca de 24 horas.

Existem ainda outras modalidades da varicela, como a varicela hemorrágica que acomete o paciente imunodeprimido e a varicela congênita.

Dentre as complicações, encontram-se as infecções bacterianas de pele, pneumonia e outras mais raras, como infecção do sistema nervoso, dos rins, coração, articulações e complicações hematológicas. Uma grave complicação, chamada de Síndrome de Reye (degeneração aguda do fígado e grave infecção do sistema nervoso) é descrita em crianças com catapora que usaram ácido acetilsalicílico (AAS e aspirina), portanto esse medicamento não deve, de forma alguma, ser usado por crianças com catapora.

O período de contágio ocorre desde o dia de aparecimento das primeiras lesões na pele até que todas elas tenham se transformado em crostas.

Não existe um tratamento específico para a catapora, o tratamento é sintomático, ou seja, devem ser tomadas medidas para amenizar os sintomas e evitar complicações, como manter a pele limpa e as unhas aparadas para evitar as infecções secundárias de pele pelo traumatismo.

A imunização passiva através do uso de "soro" (globulinas) para as pessoas que entraram em contato com crianças contaminadas está indicada nos casos de imunodeprimido e gestante que nunca tenha tido catapora; no recém-nascido cuja mãe tenha tido catapora 5 dias antes do parto ou até 48 horas após o parto; no recém-nascido prematuro cuja mãe nunca tenha tido catapora; e no prematuro menor de 28 semanas independente da mãe ter tido ou não catapora.

A prevenção pode ser realizada através da vacina antivaricela aplicada a partir de 12 meses de idade.

Sarampo

O sarampo é uma doença quase erradicada no Brasil, mas deve ser sempre lembrada por ser potencialmente grave, especialmente em desnutridos, e altamente contagiosa.

É causado por um vírus chamado Parvovírus e a fonte de contágio são os doentes, que disseminam o vírus através de gotículas de saliva e de secreção nasal.

Os sintomas iniciais, antes mesmo do aparecimento das primeiras lesões de pele, são a febre, grande produção de catarro com tosse, conjuntivite e fotofobia e duram por cerca de 3 a 5 dias. Surge, então, as lesões na pele, constituídas de pequenas bolinhas vermelhas, iniciando-se atrás das orelhas, pescoço e face, estendendo-se a todo o corpo em 3 dias. E ao final da primeira semana ocorre uma descamação fina de toda a pele. A febre, que se torna elevada com o aparecimento das "bolinhas vermelhas" na pele, regride gradualmente a partir do terceiro dia das lesões. Sua persistência após o quarto dia sugere complicação por infecção bacteriana, especialmente otite (infecção de ouvido) e pneumonia.

O período do contágio ocorre desde o início do aparecimento dos primeiros sintomas até 4 dias após o desaparecimento das lesões na pele. Em caso de contato com pessoas com sarampo, deve-se receber a vacina até 72 horas do contato. Na impossibilidade de receber a vacina e nos indivíduos com a imunidade comprometida deve ser aplicado o soro (imunoglobulina humana), que aborta a doença se administrado até 5 dias do contado.

Não existe um tratamento específico para o sarampo, podendo ser administrado medicamentos somente para melhora dos sintomas, como por exemplo, antipiréticos para a febre.

A grande arma contra o sarampo é a prevenção através da vacina. A vacina contém o vírus vivo atenuado (triviral, incluindo a anti-rubéola e anticaxumba) e deve ser aplicada em todas as crianças aos 9 e 15 meses de vida, um reforço deve ser feito na adolescência.

Copyright © 2005 Bibliomed, Inc.               30 de Novembro de 2006