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Transmissão do HIV por profissionais de saúde

Neste Artigo:

- Introdução
- Transmissão por dentistas
- Fatores de risco na transmissão do HIV por dentistas
- Posição de entidades nos EUA
- Situação em outros Países
- Orientação ao profissional HIV positivo
- Artigos relacionados com esse tema:



A transmissão de HIV por profissionais de saúde infectados com o vírus da AIDS para seus pacientes tem sido considerada pequena. Assim, a realização de testes para HIV em equipes de saúde não é obrigatória, entretanto os profissionais infectados estão ética e legalmente obrigados a relatar sua situação para o órgão profissional responsável.

Introdução

Vários estudos já foram realizados para pesquisar os graus de transmissão de profissionais de saúde HIV positivos. Somente dois estudos demonstraram a possibilidade de transmissão. Em um deles, 22.171 testes de HIV foram realizados em pacientes de 51 profissionais HIV positivos. Somente cinco entre os 113 pacientes HIV positivos foram considerados sem fatores de risco identificáveis para infecção por HIV. Foi possível coletar os vírus de três dos cinco pacientes sendo que em todos os casos, tais vírus foram diferentes dos vírus dos profissionais de saúde.

O Centro de Controle de Doenças dos EUA (CCD) admitiu ser muito baixa a probabilidade de transmissão de HIV de profissionais de saúde para pacientes.

Transmissão por dentistas

Em 1990, o CCD publicou um caso de possível transmissão de HIV por um dentista a cinco de seus pacientes, que não possuíam nenhum fator de risco para AIDS. A molécula viral de ambas as partes era muito parecida, entretanto, os pacientes reconheceram que o profissional tinha seguido todas as medidas de higiene e controle de infecções. Como a transmissão através de instrumentos é pouco provável, o modo de transmissão ocorrido nesse caso é desconhecido. Em outro relato, houve suspeita de que um ortopedista, HIV positivo, tivesse contaminado um paciente. As moléculas virais de ambos eram muito parecidas e foram percebidas várias falhas no controle de infecção, o que praticamente confirmou a transmissão.

Desde 1987 tem havido adoções cada vez maiores de precauções universais contra infecções a partir dos dentistas. Em 1993, o CCD dos EUA publicou uma lista de recomendações sobre os cuidados na prática odontológica através do uso de máscaras, óculos, luvas, lavagem das mãos e esterilização de instrumentos.

Fatores de risco na transmissão do HIV por dentistas

Alguns fatores de risco importantes relacionados com a transmissão de HIV por dentistas são:

* carga viral (quantidade de vírus circulantes no sangue - quanto maior a carga viral, maior o risco);
* regime de tratamento (como está sendo realizado e seguido o tratamento anti-HIV);
* estágio da doença;
* presença de alterações neurológicas;
* não utilização dos procedimentos de controle de infecção;

Posição de entidades nos EUA

Vários órgãos reguladores da classe médica têm desenvolvido medidas e protocolos de prevenção da transmissão do HIV no ambiente profissional. Apesar do CCD dos EUA ter negado a necessidade de teste obrigatório de HIV para todos os profissionais de saúde, há a recomendação de que todos profissionais que trabalham com procedimentos em que haja maior exposição, como em cirurgias devem saber se estão contaminados ou não pelo HIV.

A Infectious Disease Society of America (Sociedade de Doenças Infecciosas dos EUA) estabeleceu que a transmissão de HIV para pacientes no ambiente de trabalho médico é extremamente rara, sendo que o controle de infecções utilizado atualmente é suficiente. A sociedade não recomenda o teste para todos os profissionais de saúde e não traz restrições à prática médica a não ser que haja incompetência profissional.

Situação em outros Países

Em Hong Kong e Tailândia os dentistas infectados podem continuar praticando, mas devem ter supervisão médica regular. Na Grã-Bretanha, os profissionais de saúde HIV positivos devem parar de realizar cirurgias.

Em 1992, o Canadá concluiu que não seria necessária a realização de testes de HIV em todos os profissionais de saúde. Em 1996, foi recomendado que todo profissional de saúde ou estudante que fosse infectado e que realiza procedimentos que exponham os pacientes (cirurgias) devem ser encaminhados para um órgão regulador profissional. O papel de tal órgão é assegurar até que ponto o profissional tem condições de continuar atuando com segurança. Não há necessidade de se saber a identidade dos profissionais infectados, mas é eticamente obrigatório que tais profissionais reportem-se aos órgãos competentes para que possam ser monitorados.

Nas diferentes províncias do Canadá, há diferentes condutas diante da regulação da transmissão profissional de HIV. Na Província de Ontário, o Colégio de Cirurgiões Dentistas relata que "qualquer profissional deve informar ao Colégio caso tenha alguma condição física ou mental que venha a afetar, ao longo de sua vida profissional, a sua capacidade de exercer uma prática segura". Assim, o órgão poderá lhe aconselhar e orientar. Caso o órgão decida que o profissional não poderá mais atuar como dentista, o mesmo será informado de sua incapacidade profissional.

Nos diversos órgãos médicos e odontológicos competentes, há vários protocolos no que se refere à notificação de profissionais infectados e à transmissibilidade de infecções como HIV e Hepatite B. Em todos os casos, como foi visto, considera-se a transmissão profissional extremamente rara, devido principalmente às normas de controle de infecção.

Orientação ao profissional HIV positivo

Na maioria dos casos, uma vez infectado, o profissional deve informar as autoridades competentes sua situação de saúde. Esse órgão regulador irá então monitorar suas atividades sem saber sua identidade. Na maioria dos locais, caso um profissional se recuse a relatar seu estado de portador do HIV, o médico por ele responsável tem o dever de relatar o caso ao órgão competente que adotará as medidas recomendadas.

Copyright © 2002 Bibliomed, Inc.      29 de Outubro de 2002.



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