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O Metabolismo e seus Distúrbios

Metabolismo é a soma de todas as reações químicas que ocorrem na célula viva com a finalidade de produzir energia e também formar os seus constituintes. As reações químicas são permitidas graças a ação de proteínas especiais denominadas enzimas.

Trata-se de um processo de grande complexidade que é fundamental para a vida. A formação de novas moléculas é denominado anabolismo e o processo de quebra de moléculas e de eliminação de substâncias desnecessárias é denominado catabolismo.

Grande quantidade de energia é necessária para a realização do trabalho cardíaco, da contração muscular, da condução nervosa e etc., caracterizando um processo contínuo que em última análise mantém as células vivas.

Na combustão dos alimentos o oxigênio é utilizado e o dióxido de carbono é eliminado. A medida do consumo de oxigênio nos indica o grau de metabolismo do organismo. Este grau é muito variável sendo influenciado por diversos fatores, como a atividade muscular, o tipo de dieta, o ciclo menstrual, hormônios (tireóide, testículos e ovários), a hora do dia, o estado emocional e evidentemente a idade.

O organismo necessita um contínuo suprimento de energia e esta vem basicamente das gorduras, açúcares e proteínas.

Na terceira idade ocorre uma lentidão do metabolismo de uma forma geral, principalmente nas situações diretamente ligadas a determinadas funções glandulares, como ocorre com os ovários, testículos e tireóide principalmente. Também na terceira idade há uma tendência ao acúmulo de radicais livres.

Os radicais livres são moléculas que surgem durante o processo vital da respiração das células, provenientes diretamente do oxigênio ou do processo de oxidação. Os radicais livres constituem uma ameaça para as células, pois quando atingem determinadas quantidades podem alterar as estruturas das proteínas e/ou das gorduras, favorecendo doenças como a arteriosclerose, a catarata e o enfisema pulmonar por exemplo , acelerando o processo de envelhecimento. Hoje está bem conhecido, também, que o aumento na concentração de radicais livres compromete seriamente nosso sistema imunológico, responsável por nossas defesas e relacionado a vários tipos de câncer. Em determinadas situações como as isquemias, ou a falta de irrigação sangüínea, ocorre um aumento de radicais livres, como também nos processos inflamatórios, em doenças hepáticas e renais, etc..

O organismo tem formas adequadas de combater os radicais livres através de substâncias denominadas antioxidantes produzidas pelas próprias células, mas que algumas vezes são insuficientes. Sabe-se que vitaminas do tipo C e E são auxiliares no processo de combate aos radicais livres.

Uma vida saudável, com atividade física regular, dieta bem equilibrada, e pouco estresse são os melhores trunfos contra a excessiva produção de radicais livres.

Algumas situações são muito importantes para a manutenção do metabolismo durante a terceira idade, destacando-se o equilíbrio ácido-básico do organismo, a quantidade de água do organismo e a temperatura ambiente.

As principais alterações metabólicas do idoso são a acidose, alcalose, a desidratação, a alterações de temperatura, as disfunções da tireóide e os distúrbios do metabolismo do açúcar.

A acidose é uma situação que tem grande importância na terceira idade. É um desequilíbrio metabólico devido a diminuição do pH do sangue (acidose) podendo ser decorrente de problemas metabólicos ou respiratórios. O descontrole do diabetes é a principal causa de acidose metabólica na terceira idade, que se manifesta através de sonolência, distúrbios circulatórios e pode evoluir até para o estado de coma. Diarréias graves e a insuficiência dos rins são outras causas de acidose metabólica na terceira idade.

A alcalose é um desequilíbrio metabólico que se caracteriza pelo aumento do pH do sangue (diminuição de ácidos ou alcalose). Pode surgir também em decorrência de distúrbios metabólicos ou de distúrbios respiratórios. O excesso de vômitos, o uso inadequado de diuréticos ou de cortisona são as principais causas metabólicas de alcalose na terceira idade. Alguns distúrbios neurológicos graves levam ao aumento do ritmo respiratório (hiperventilação) o que gera também um aumento do pH sangüíneo caracterizando a alcalose respiratória. Manifesta-se por agitação, ansiedade e fraqueza.

A desidratação é a perda excessiva de água e de sais, destacando-se o sódio. É uma situação que pode levar ao estado de choque necessitando de cuidados intensivos. Na terceira idade a desidratação ocorre com muita facilidade e rapidez caracterizando situações de grande importância médica.

Vômitos e diarréia caracterizam a principal causa de desidratação. O diabetes não controlado e o uso abusivo de diuréticos também podem levar a desidratação na terceira idade. A doença renal crônica também pode contribuir para a desidratação.

A sua manifestação é a sonolência, diminuição na eliminação de urina (oligúria) e secura das mucosas (lábios, por exemplo).

O tratamento é a reposição líquida rápida que em algumas situações deve ser feita via venosa. Esta reposição é constituída basicamente de água e sal. A correção do distúrbio desencadeante é fundamental.

A temperatura ambiente tem grande importância na terceira idade, quando o organismo diminui sua capacidade de se adaptar a longos períodos de exposição ao frio ou ao calor. A temperatura média de nosso corpo é de 36*C, com variação diária de + ou - 0,6*C.

A exposição prolongada ao frio pode levar uma situação denominada hipotermia, quando ocorre queda da temperatura a níveis de 35*C. Esta situação pode ser acidental e ocorre eventualmente em pessoas acamadas ou pessoas com muito pouca movimentação e ingestão precária de alimentos. A pessoa em geral não sente o frio e não se queixa, e também não há tremores. Em geral ocorre durante o sono. A situação pode evoluir para graves conseqüências.

O excesso de calor na terceira idade pode favorecer o acidente vascular cerebral e também pode levar a um estado de fraqueza, com sonolência e sudorese abundante.

As disfunções da tireóide quando ocorrem na terceira idade podem levar ao descontrole metabólico. As doenças da tireóide são mais freqüente nas mulheres, e caracterizam o hipotireoidismo e o hipertireoidismo.

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