Artigos de saúde

O Fígado e a Vesícula Biliar na Terceira Idade

A doença do fígado se manifesta de maneira discreta e pode se confundir com inúmeras outras doenças. Fadiga, distúrbios de sono, mudanças de comportamento são exemplos de sintomas hepáticos. Olhos amarelados (icterícia) e escurecimento da urina podem ser sintomas de inflação do fígado.

As principais doenças que atingem o fígado são as hepatites, a cirrose, os tumores e as intoxicações por medicamentos. O fígado é um local que freqüentemente aloja tumores de outros órgãos ou metástases. A insuficiência hepática é uma situação que deve ser destacada, pois representa a falência do órgão e pode ocorrer em qualquer das situações anteriores.

Os principais sinais da doença hepática são a icterícia, dores abdominais, perda de peso, fadiga, náuseas e vômitos. Pode ocorrer ascite.

A avaliação clínica envolve o exame do abdômen e exames laboratoriais. Os principais índices hepáticos são as bilirrubinas, as transaminases, a fosfatase alcalina e as proteínas. O tempo de protrombina e a dosagem de lípides também são importantes.

O exame ultra-sonográfico do fígado, a tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética são os exames básicos para o estudo do fígado.

A Vesícula Biliar na 3ª Idade : Colicistite

A doença de vesícula biliar é denominada colecistite, doença muito comum na 3ª Idade, que freqüentemente se acompanha de cálculos. A colicistite é o processo inflamatório da vesícula biliar em geral devido à obstrução das vias biliares por cálculo .

A ocorrência de cálculos nas vias biliares (coledocolitíase) é cerca de duas vezes maior em pessoas com mais de 70 anos, principalmente mulheres. Relaciona-se com a obesidade, com a dieta e tem componente familiar. A crise aguda de colecistite é a moléstia abdominal aguda mais freqüente no idoso, sendo que o seu tratamento caracteriza-se como a intervenção cirúrgica abdominal mais comum na 3ª idade.

A forma aguda se manifesta através de cólicas abdominais juntamente com náuseas e vômitos, associadas a febre. Muitas vezes o quadro clínico é bastante inocente apesar de existir complicação como infecção (empiema ou pus), perfuração ou mesmo gangrena. Na forma crônica há episódios de dores abdominais, às vezes inexpressivos.

A ultra-sonografia é o principal exame de diagnóstico.

A video-laparoscopia é uma técnica que permite o exame da porção anterior do abdômen e é muito útil no diagnóstico de inúmeras moléstias intra-abdominais. É utilizado um instrumento rígido ou flexível denominado laparoscópio que é introduzido na cavidade abdominal através de pequeno orifício feito na pele e após a introdução de ar na mesma. Não há necessidade de anestesia geral para a realização deste exame, sendo feita anestesia local associada à sedação. É utilizado para realizar biopsias, retirada de gânglios e avaliação de coleções líquidas (ascites). A laparoscopia associada a endoscopia com instrumental especializado pode ser utilizada para a retirada de cálculos das vias biliares com muito sucesso.

A retirada da vesícula, a colecistectomia, é o tratamento correto, sendo indicada nos primeiros sintomas da doença, com o intuito de se evitar uma situação de urgência e complicada. A cirurgia eletiva, feita de maneira programada traz os melhores resultados. Esta cirurgia pode ser realizada através da abertura abdominal ou laparotomia e também através de laparoscopia. O método laparoscópico reduz o tempo de hospitalização e também as dores pós-operatórias quando comparado com a laparotomia. Ambos os métodos apresentam o mesmo índice de complicações quando realizado por mãos experientes.

O tratamento não cirúrgico se baseia no uso de medicamentos (de sais biliares), e na litotripsia ( destruição de cálculos por ondas sonoras de alta amplitude ). O tratamento por medicamentos é caro e pouco eficiente. A litotripsia não é totalmente inócua e seus resultados são melhores nos casos de cálculos únicos. Atualmente o método cirúrgico que utiliza a laparoscopia reduziu muito o número de litotripsias, que ficou reservado para aqueles pacientes que não estão em bom estado e apresentam risco cirúrgico.

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