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Síndrome do Pânico e os Grupos de Risco

Síndrome do pânico é uma doença que foi recentemente descrita e que é responsável por 10% das pessoas que procuram clínicas de emergência cardiológica pensando serem vítimas de ataques cardíacos. Na verdade, sem qualquer aviso prévio ou estímulo externo, estas pessoas são acometidas de um mal-estar terrível, sentem falta de ar, taquicardia, tremores e tem a nítida impressão de que estão morrendo com um grave problema no coração.

Causada por uma descarga de noradrenalina pelo cérebro, a síndrome do pânico é considerada uma patologia meramente bioquímica. Sendo assim, tratamentos psicoterápicos são ineficazes. A única forma de tratar a doença com esta patologia é usando antidepressivos.

Quando foi descrita?

A síndrome do pânico foi relatada pela primeira vez em 1870 e já em 1900 Freud já descrevia, mas foi apenas um século depois da primeira citação é foi delimitada em 1980. De uma maneira geral, as pessoas que sofrem da síndrome são absolutamente normais sob outros aspectos do ponto de vista psiquiátrico e habitualmente bem sucedidas nas suas atividades.

Não existem motivos externos para que a doença se manifeste. O que existe é uma pré-disposição genética: 40% dos filhos de um dos pais portadores de pânico também têm pânico. E 80% dos filhos de um casal com pânico vão ter a patologia.

Sintomas

A crise vem acompanhada de sintomas físicos e psíquicos. Estes são a sensação de morte, de perda de controle e de se sentir "doido". Trata-se de uma experiência terrível, como descrevem os próprios pacientes. Já os sintomas físicos são as palpitações, taquicardia, falta de ar, tremores, transpirações, e às vezes, necessidade de ir ao banheiro.

Não existe uma periodicidade definida para a síndrome do pânico. O tratamento é à base de antidepressivo durante um período aproximado de dois anos. E tem cura. Num período de quatro a oito semanas de uso dos antidepressivos, as crises desaparecem.

Esta é a primeira etapa. Depois disso é preciso conservar o medicamento por um ou dois anos, e numa terceira etapa, o remédio é retirado gradualmente. Habitualmente o tratamento dura dois anos.

Riscos e Desespero

Por parecer um mal sem cura, causado principalmente por sintomas no coração e desinformação dos médicos e psiquiatras, a síndrome do pânico leva freqüentemente ao suicídio ou ao alcoolismo. Alguns pacientes descobrem que quantidades moderadas de álcool atenuam as crises e realmente atenuam.

O álcool é um antidepressivo, só que um mau antidepressivo porque gera conseqüências. Muitos que recorrem a ele tornam-se alcoólatras.

Grupo de Risco

As mulheres são as mais vulneráveis a doença, cerca de 75% dos casos, ainda sem causa definida. A faixa etária mais freqüente é de 20 a 35 anos. As crianças não manifestam a patologia.

É importante se conceituar o que é pânico, diferenciando de medo e fobia. O pânico é um medo infundado que da repentinamente nas pessoas que se manifesta através de sintomas psíquicos e físicos. De maneira geral, a fobia significa medo de uma situação específica.

Pânico é uma crise de medo infundada. Só em uma cidade como Belo Horizonte, Minas Gerais, mais de 40 mil pessoas são portadoras da síndrome do pânico, se considerarmos a porcentagem de 2% da população adulta da cidade, 2 milhões de pessoas.

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