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O Uso da Vacina Contra a Febre Amarela

O avanço da febre amarela de seus redutos no interior das florestas é relacionado com o aumento das comunidades habitadas, que favorece a proliferação dos mosquitos Aedes. Esta combinação de baixos níveis de imunização e de um urbanização rápida cria condições ideais para o surgimento de epidemias explosivas.

A mais recente delas ocorreu na Libéria no ano de 1995, onde 360 casos de febre amarela foram relatados (um número provavelmente bastante inferior ao de casos realmente ocorridos no país).

O uso generalizado da vacina contra a febre amarela na África Ocidental francesa de 1939 a 1952 resultou em um rápido declínio da incidência desta doença.

A vacina inicialmente era administrada por essa qualificação, juntamente com a vacina da varíola, mas esta técnica foi descontinuidade com a erradicação da varíola.

A vacina usada atualmente, baseada nas cepa 17D, atende os requisitos da Organização Mundial de Saúde de segurança, e é uma das vacinas mais eficazes, resultando em surgimento de anticorpos em de longa duração em mais de 95% das pessoas em quem é administrada.

Recomenda-se o seu uso em crianças acima da idade de seis meses, devendo ser repetida a cada 10 anos. A vacina é produzida com o próprio vírus atenuado da febre amarela. Pacientes menores do que 6 meses de idade e os imunodeprimidos não devem receber a vacina.

Apesar de informações específicas envolvendo efeitos colaterais da vacina em mulheres grávidas não estarem disponíveis, teoricamente as grávidas não devem ser vacinadas, e viagens para áreas onde a febre amarela esteja ocorrendo devem ser adiadas até depois do parto.

Na maioria das pessoas, as reações à vacina, quando ocorrem, são brandas - cerca de 5% dos vacinados apresentam febre baixa, dor de cabeça e dores musculares.

Reações mais sérias, como a ocorrência de inflamações do sistema nervoso central (encefalites) ocorrem em média em uma a cada 1 milhão de pessoas vacinadas. Assim, apesar de rara, esta complicação é suficiente para justificar o emprego da vacina apenas para pacientes que estejam viajando para áreas de risco, onde existam focos do mosquito Aedes aegypti, segundo recomendações da OMS.

Na África, continente onde a doença predomina e é endêmica em 33 países, a cobertura pela imunização contra a febre amarela permanece baixa e a doença reapareceu, depois de ausente por mais de dez anos no Quênia, Gana, Gabão, e Libéria. A tendência é de expansão da doença, a não ser que seja realizada um programa de controle epidemiológico e de imunização de longo prazo.

O Ministério da Saúde do Brasil informa que a febre e amarela urbana se encontra erradicada no país desde 1942; a febre amarela silvestre, segundo o Ministério, não é possível de ser erradicada, uma vez que o vírus amarílico tem circulação habitual entre animais silvestres, principalmente em macacos, em todos os estados das regiões Norte e Centro Oeste, além da área amazônica no oeste do Maranhão.

Ainda segundo o Ministério, os casos que ocorrem todos os anos no Brasil no Brasil (50 a 60 por ano) são de Febre Amarela Silvestre, tendo sido acometidas pessoas que residem em centros urbanos, mas que adquiriram a doença ao se deslocar para regiões de mata, por motivos de trabalho ou lazer.

Tem ocorrido polêmica e opiniões desencontradas entre especialistas e pessoas ligadas ao Ministério da Saúde quanto à necessidade de vacinação em massa contra a doença.

Fonte: Organização Mundial de Saúde

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