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O Álcool Diminui o Risco de Doenças Cardíacas

Resultados de estudos clínicos provêem forte evidência de que as pessoas que bebem quantidades moderadas de álcool têm um menor risco de contrair doenças cardíacas coronárias do que aquelas que não bebem.

A associação inversa entre o consumo moderado de álcool e a doença coronária foi anteriormente documentada em mais de 40 estudos clínicos.

Os resultados anteriores indicavam que as pessoas que consomem até três doses de bebidas por dia apresentam uma diminuição do risco de contrair doença coronária na faixa de 10% a 40% , em relação às pessoas que não bebem. Esta redução geralmente é atribuída aos efeitos benéficos do álcool nos lípides e em relação aos fatores da coagulação.

Para avaliar os efeitos do consumo moderado de álcool e os principais marcadores existentes relacionados à doença coronária, o Dr. Eric B Rimm e seus colaboradores, da Harvard School of Public Health, em Boston, e da San Diego School of Medicine and Family and Preventive Medicine, University of California at San Diego, realizaram uma meta-análise de todos os estudos prévios já publicados anteriormente nos quais o consumo de álcool era relacionado à estes marcadores específicos.

Os resultados foram publicados na revista British Medical Journal de 11 de dezembro.

Foram incluídos no estudo homens e mulheres livre de doença crônica prévia, e que não eram dependentes do álcool. Foram avaliados trabalhos anteriores nos quais os biomarcadores foram medidos antes e depois de que os participantes consumissem até 100 g de álcool durante um dia.

O álcool foi consumido sob a forma de etanol puro, cerveja, vinho, ou destilados.

Após a ingestão de álcool, foram avaliadas as alterações nas concentrações de colesterol, de lipoproteína de alta densidade, apolipoproteina A I, Lp(a) lipoproteina, triglicérides, atividade do ativador do plasminogênio tissular, insulina, glicose.

Com base nos resultados obtidos, os autores concluíram que uma ingestão de álcool de 30 g por dia leva a uma redução de 24.7% no risco de doença coronária mediada por mudanças nas concentrações de colesterol, de lipoproteína de alta densidade, de fibrinogênio, e de triglicérides, e que o álcool se relaciona a uma menor incidência de coronariopatias através de mudanças nos lípides e nos fatores da coagulação.

Fonte: BMJ 1999;319:1523-1528 ( 11 December )

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