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A doença de Alzheimer (DA) é a causa mais comum de
demência degenerativa em idosos. O estabelecimento da doença é insidioso e geralmente
ocorre após os 55 anos de idade, aumentando em freqüência com o avanço da idade. O seu
curso é marcado por uma deterioração gradual da função intelectual, declínio na
capacidade de realizar atividades de rotina da vida cotidiana e de lidar com as
alterações na personalidade e no comportamento.
Os aspectos neurocomportamentais da demência clássica do tipo Alzheimer incluem o
comprometimento da memória, distúrbios de linguagem (afasia), déficits visuais e
espaciais e comprometimento da capacidade de fazer cálculos e abstrações. Os
distúrbios de outras funções do córtex cerebral como a agnosia (incapacidade de
realizar uma tarefa motora na ausência de perda sensorial, hemiparesia ou dificuldade de
compreensão) podem ser observados.
As alterações na personalidade são um achado precoce e freqüente na doença de
Alzheimer. Os pacientes se tornam cada vez mais passivos, mais agressivos na
demonstração de emoções e menos espontâneos. Alguns destes sintomas podem imitar uma
depressão, mas ocorrem com mais freqüência na ausência de um estado de humor
depressivo óbvio, ou pensamentos de invalidez, incompetência ou culpa. Em 40 a 50% dos
pacientes, o estado de humor depressivo pode ser evidente em algum momento durante o curso
da doença.
Outras anormalidades de comportamento observadas na DA incluem inquietação motora,
agitação, "viscosidade" (o paciente segue a pessoa que cuida dele a todos os
lugares), reações catastróficas, agressividade, perambulações e insônia.
Os aspectos clínicos da doença de Alzheimer refletem um envolvimento relativamente
seletivo das regiões parietal, temporal medial, convexidade frontal e basal da parte
anterior do cérebro encontrados em autópsias. As alterações neuropatológicas
características da doença de Alzheimer incluem a perda neuronal, glicose, abundância de
placas "senis", emaranhados neurofibrilares e degeneração granulovacuolar.
A extensão pela qual a doença de Alzheimer é uma doença hereditária ainda não foi
totalmente elucidada. A doença parece ser transmitida de forma autossômica dominante,
com uma completa penetração em aproximadamente 20% dos casos.
Fonte: Geriatria Prática - 2ª Ed. - 1997.
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