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Dengue

© Equipe Editorial Bibliomed

- Introdução
- Transmissão
- Sintomas
- Diagnóstico
- Tratamento
- Prevenção

Introdução

A Dengue é uma doença viral causada por arbovírus, que são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. No caso da dengue, o vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se prolifera em ambientes onde existe água parada.

Apesar de amplamente conhecida hoje, a dengue não é uma doença nova. Antes da identificação do agente etiológico, durante a colonização europeia, foram publicados vários relatos de casos que, hoje em dia, são atribuídos ao dengue. A febre clássica do dengue foi descrita, pela primeira vez, na Filadélfia, em 1780.

Pessoas de todas as idades podem ser infectadas com o vírus da dengue. Contudo, pessoas mais velhas estão em maior risco de desenvolver os casos graves da dengue, que podem levar à morte. Indivíduos com doenças crônicas, como diabetes ou hipertensão, e pacientes imunodeficientes também estão no grupo de risco para maior gravidade e risco de morte.

Transmissão

A forma mais comum de contrair a dengue é através da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.  Existem quatro tipos diferentes desse vírus: os sorotipos 1, 2, 3 e 4, também chamados de DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

Apesar de mais raros, existem registros de transmissão vertical (gestante - bebê) e por transfusão de sangue.  Isso pode ocorrer porque nem sempre a dengue apresenta sintomas, de forma que a gestante ou o doador de sangue não sabem que têm o vírus.

Sintomas

A dengue pode ser assintomática e passar despercebida, ou seus sintomas serem confundidos com uma gripe. Entretanto, deve-se ficar atento aos sintomas e procurar um hospital à menor suspeita de dengue.

Em casos de dengue clássica, os principais sintomas, que duram de três a sete dias, são:

- Febre alta (39ºC a 40ºC), que começa a ceder após o terceiro dia;
- Dores de cabeça, musculares, nas juntas e atrás dos olhos;
- Manchas vermelhas e coceira pelo corpo;
- Perda de apetite;
- Nauseas, vômitos e diarreia;
- Prostração e fraqueza.

Casos em que após o terceiro a febre começa a ceder, mas aparecem sinais de hemorragia (sangramentos nasal, nas gengivas, na vagina ou rompimentos de vasos superficiais da pele e hematomas) são considerados mais graves e necessitam de maior atenção e intervenção médica imediata. Pacientes que desenvolvem os casos graves da infecção podem apresentar alterações neurológicas (delírios, sonolência, irritabilidade extrema, demência, psicose, amnésia, depressão e até coma), além de sintomas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.

Se não tratada de forma correta, a dengue grave pode levar à morte rapidamente.

Diagnóstico

A dengue é diagnosticada através de exame de sangue, onde é possível isolar o vírus diretamente no sangue ate o quinto dia da doença ou através de testes sorológicos para identificação de anticorpos contra o vírus.

Pode ser feita a prova do laço para triagem de casos de suspeita de dengue, entretanto, não pode ser considerado como diagnóstico definitivo.

Tratamento

O tratamento da dengue varia conforme a gravidade do caso, mas apenas o médico pode indicar qual o melhor caminho a se seguir. A automedicação deve ser evitada, uma vez que antiinflamatórios e antitérmicos que contenham ácido acetilsalicílico podem agravar os sintomas.

Normalmente, até o terceiro dia da doença, o tratamento consiste em orientações gerais para detecção de sinais de alerta, e o uso de analgésicos, antitérmicos específicos e antieméticos, combinados com repouso e hidratação.

A dengue é uma doença dinâmica, de forma que os pacientes podem apresentar mudanças em curtos períodos de tempo, enfatizando a importância da detecção precoce dos sinais de alerta, sendo o período de maior atenção aquele entre o terceiro e oitavo dias de doença.

Casos graves da doença necessitam de internação e uso de medicamentos específicos.

Prevenção

O vetor que transmite a dengue, o mosquito Aedes aegypti, precisa de água parada para se proliferar. Períodos mais chuvosos e regiões mais úmidas ou com lixo acumulado, onde a água tende a se acumular, são mais propícias a terem criadouros do mosquito. Os meses mais chuvosos são aqueles com maior risco de transmissão da doença, mas mesmo em tempos de seca é necessário cuidado, uma vez que os ovos do mosquito podem sobreviver em ambientes sem secos por até um ano. Assim, a melhor forma de prevenir a dengue é combater os criadouros, evitando deixar locais onde a água possa se acumular. O lixo deve ser descartado corretamente, e o quintal e vasos de planta verificados frequentemente.

Usar roupas que mantenham o corpo coberto, como calças e blusas com mangas, assim como usar repelentes podem ajudar na prevenção. No ambiente, podem ser usados inseticidas e mosqueteiros em camas e janelas.

No Brasil, existe apenas um tipo de vacina para a dengue autorizada pela ANVISA. Ela é aplicada em três doses, no intervalo de um ano, e só deve ser utilizada por quem já teve pelo menos uma infecção por dengue. A vacina está disponível apenas na rede privada, não sendo oferecida pelo SUS.

 

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