Artigos de saúde

Cálculos biliares

Equipe Editorial Bibliomed

Neste artigo:

- Introdução
- Sintomas
- Fatores de risco
- Diagnóstico
- Complicações
- Tratamento
- Prevenção
- Referências


Introdução

A vesícula biliar é um órgão com formato similar a uma pera que fica localizado logo abaixo do fígado, que tem por função armazenar a bile, um líquido formado por várias substâncias e produzido pelo fígado que atua na digestão de gorduras no intestino.

Entre as substâncias que formam a bile está o colesterol, que é o responsável pela imensa maioria da formação de cálculos (pedras), que podem impedir o fluxo da bile para o intestino e causar uma inflamação chamada colecistite.

Os cálculos biliares, popularmente conhecidos como pedras na vesícula, são formados no interior da vesícula, e acontecem porque, quando a água da bile vai sendo absorvida, os sais biliares vão ficando mais concentrados, se aproximando e se juntando, formando cálculos. Esses cálculos ficam armazenados na vesícula e, em determinado momento, podem migrar pelos canais que levam a bile até o intestino.

Sintomas

Os cálculos bibliares podem ser assintomáticos e passarem despercebidos sem a realização de exames específicos. Em casos sintomáticos, é comum dor intensa do lado direito superior do abdômen que pode se irradiar para a parte de cima do tórax ou para as costelas. Normalmente, as dores tendem a aparecer cerca de 30 minutos após a refeição, diminuindo após um tempo.

Os cálculos podem se deslocar e bloquear o duto cístico ou o duto biliar comum, causando cólica abdominal. Essa dor aparece na região da "boca do estômago", vai aumentando de intensidade e passa a localizar-se mais para o lado direito do abdômen. O indivíduo pode também contar que sente dor no ombro direito ou nas costas. Nos casos sem complicações, dura até uma hora.

Náuseas e vômitos podem surgir no momento em que a dor atinge o máximo de intensidade. A febre ocorre quando há inflamação dos canais ou da vesícula. Se a febre for alta e acompanhada de calafrios, indica a existência de infecção por bactérias, uma doença chamada colangite.

Quando o cálculo obstrui o canal de drenagem da bile, o paciente pode apresentar icterícia (amarelamento da pele e da parte branca dos olhos). Isso ocorre porque a bile fica "parada" na vesícula e a bilirrubina (pigmento amarelado presente na bile) vai sendo absorvida e passa para o sangue. Nesses casos, a urina pode ficar escura (amarronzada) e as fezes claras.

Fatores de risco

Alguns fatores estão associados a um risco maior de desenvolvimento de cálculos biliares:

- Obesidade: aumenta a secreção de colesterol na bile;
- Perda importante de peso: também aumenta a perda de colesterol na bile;
- Uso de anticoncepcionais orais;
- Sexo feminino;
- Idade avançada;
- Gravidez;
- Dieta rica em gorduras;
- Vida sedentária;
- Hipertensão arterial (pressão alta);
- Tabagismo;
- Predisposição genética;
- Anemia hemolítica crônica: ocorre quando as hemácias (células vermelhas do sangue) são destruídas.

Diagnóstico

O diagnóstico dos cálculos biliares é feito através de testes de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada, ou colangiopancreatografia por ressonância magnética. Exames laboratoriais de sangue para mediar a quantidade de bilirrubina e de enzimas pancreáticas presentes na corrente sanguínea também podem ser solicitados.

Complicações

Entre as complicações relacionadas aos cálculos biliares estão:

- Colecistite aguda: é a inflamação aguda da vesícula, que ocorre quando o cálculo fica preso logo na saída do órgão. O paciente apresenta uma dor forte e constante e também febre.

- Coledocolitíase: o colédoco é o principal canal que leva a bile desde a vesícula até o intestino. A coledocolitíase desenvolve-se quando o cálculo obstrui esse canal. Nesses casos o paciente apresenta a icterícia.

- Colangite: é a infecção dos canais biliares por bactérias, após a obstrução. A bile "parada" favorece a proliferação de bactérias.

- Pancreatite: inflamação do pâncreas. Ocorre porque o canal que leva a bile da vesícula para o intestino passa dentro do pâncreas e se junta com o canal principal que drena o suco pancreático. Quando o cálculo obstrui esses ductos, o suco pancreático fica retido e acaba agredindo o próprio pâncreas.

- Fístulas: perfurações para o intestino delgado ou cólon causando obstrução intestinal (íleo biliar), sangramento e infecções.

Tratamento

O tratamento dos cálculos biliares pode ser medicamentoso ou cirúrgico. Em casos onde os cálculos são predominantemente causados por colesterol, os medicamentos agem na diluição dos cálculos e são, geralmente, indicados para pacientes assintomáticos. Contudo, o tratamento não impede a que os cálculos retornem após algum tempo.

O mais o mais recomendado é a colecistectomia, cirurgia que retira a vesícula, já que pacientes não operados podem ter até 50% mais chances de desenvolverem complicações graves. A cirurgia costuma ser indicação para pacientes com sintomas graves, que apresentem fatores de risco de complicações ou apresentou complicações referentes aos cálculos.

Prevenção

Ainda não foram determinadas maneiras para prevenir a formação dos cálculos biliares, porém é possível adotar práticas de vida mais saudáveis que diminuam o risco de desenvolvê-los. Manter um estilo de vida saudável, com uma alimentação rica em fibras e evitar o consumo de gorduras, manter o peso ideal, praticar atividades físicas regularmente; e não fumar, podem ajudar a evitar o desenvolvimento de cálculos.

Referências

Bibliomed

Federação Brasileira de Gastroenterologia

Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde.

Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia.

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