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Candidíase

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- Introdução
- Sintomas
- Diagnóstico e prevenção
- Tratamento

Introdução

A candidíase, também conhecida como monolíase é considerada uma infecção causada pelo fungo Candida albicans, que está presente na maioria dos seres humanos. De forma geral, ele não acarreta em problemas, a menos que esses organismos comecem a crescer acima de suas quantidades consideradas normais, provocando a infecção. As mulheres são mais acometidas pela cândida do que os homens.

A candidíase, especialmente a candidíase vaginal, é uma das causas mais frequentes de infecção nos genitais. Além do prurido e do ardor, ela também provoca dispareunia, ou dor durante o coito, e a eliminação do corrimento vaginal em grumos. Com frequência, a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas (inchadas) e irritadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo períneo, região perianal e inguinal. No homem, apresenta-se com hiperemia da glande e prepúcio e, eventualmente, por um leve edema e pequenas lesões puntiformes, avermelhadas e pruriginosas. Não é uma doença de transmissão exclusivamente sexual.

As mulheres grávidas são bastante propensas a esse tipo de infecção, bem como aquelas na fase antes do período menstrual. Pacientes com deficiência do sistema imunológico, como os portadores de AIDS, são bastante sensíveisà candidíase por não conseguirem combater esses germes naturalmente.

Sintomas

A Candida se manifesta e começa a crescer em quantidades desproporcionais quando a resistência do organismo cai ou quando as defesas na região vaginal estão diminuídas.

Alguns fatores são causadores desta micose: uso de antibióticos, gravidez, diabetes, infecções, deficiência imunológica, medicamentos como anticoncepcionais e corticoides. Existem, ainda, outros fatores que predispõem ao aparecimento da infecção, como o uso de medicamentos imunosupressivos, obesidade e uso de roupas justas. Também o uso de sprays nasais que contêm cortisona e/ou outros esteroides pode provocar seu super crescimento no trato respiratório.

Algumas auto-observações podem ser um bom indicador para o paciente fornecer ao médico, para que este possa confirmar o diagnóstico de candidíase:

1. Você já tomou tetraciclina ou outro antibiótico para acne por um mês ou mais?

2. Em alguma época de sua vida, você tomou algum outro antibiótico de 'amplo espectro' contra infecções respiratórias, urinárias ou outras, por dois meses ou mais, ou, mesmo em períodos mais curtos, por quatro vezes no mesmo ano?

3. Em alguma época já sofreu desconforto devido a persistente prostatite, vaginite ou outros problemas que afetam os órgãos reprodutores?

4. Já ficou grávida por duas ou mais vezes?

5. Toma pílulas anticoncepcionais por mais de dois anos?

6. Tomou alguma droga tipo cortisona via oral ou inalação por mais de duas semanas?

7. A exposição a perfumes, inseticidas, odores de fábricas ou outros químicos provocam sintomas brandos, moderados ou severos?

8. Seus sintomas pioram em dias quentes e úmidos, ou em lugares mofados?

9. Já teve pé-de-atleta, coceiras ou outras infecções crônicas com fungos da pele ou unhas, que foram severos ou persistentes?

10. Você se percebe ávido por açúcar, pães ou bebidas alcoólicas?


Entre os sintomas da candidíase está ocorrimento espesso, como uma nata de leite (tipo coalho), geralmente acompanhado de coceira ou irritação intensa. A candidíase pode ser observada eventualmente no parceiro sexual, o qual manifesta pequenas manchas vermelhas no seu órgão reprodutor. Isso significa que a infecção é sexualmente transmissível. Em geral, os agentes etiológicos das DST (doenças sexualmente transmissíveis) têm o trato genital humano como único reservatório e mal sobrevivem fora do corpo humano.

A Candidíase afeta os indivíduos de formas diferentes - uns podem ter distúrbios gastro-intestinais, outros podem ter problemas respiratórios e outros ainda, manifestações dermatológicas. Um problema comum a muitas pessoas, porém, relata ele, é que muitos pacientes que sofrem de Candidíase não possuem ácido estomacal suficiente para impedir que a Candida volte a aparecer assim que eles voltam para sua dieta normal.

Em geral a transmissão da candidíase ocorrerá se a parceira estiver predisposta a isto, isto é, se estiver imunologicamente predisposta e os seus mecanismos de defesa falharem por alguma razão, lembra Dr. Carlos Cerri. E acrescenta: É uma doença muito comum nas mulheres e em geral é uma doença primária, isto é, surge em decorrência de algum desequilíbrio da flora vaginal normal da própria paciente e não por transmissão sexual, embora isto possa ocorrer.

Diagnóstico e prevenção

O sistema imunológico é responsável por manter sob controle o crescimento da Candida albicans. Entretanto, se por alguma razão o sistema se tornar deprimido, ou também diante do uso prolongado de antibióticos, pílulas anticoncepcionais, esteróides como a prednisona, o sistema imunológico já não pode mais controlar o crescimento desse fungo. Com o crescimento descontrolado, ele pode causar uma série de problemas.

O diagnóstico é feito através do exame ginecológico, além de exames de laboratório e do Papanicolau, onde o material é colhido e analisado microscopicamente.

Para evitar o surgimento da candidíase, é aconselhavel usar sabonete neutro, em banhos diários, preferencialmente mais de um banho por dia no verão. Usar roupa íntima de algodão, evitando produtos sintéticos, inclusive meia calça, para que a pele possa respirar e a umidade ser diminuída. No contato sexual, usar preservativo. É aconselhável fazer a higiene genital com muito cuidado, evitando o uso de duchas vaginais.

Tratamento

Como a Candida se manifesta sob uma série de condições diferentes, o tratamento tem efeito em quatro a seis semanas, em cerca de 75% ou mais dos casos, às vezes mais cedo. Cerca de outros 25% necessitam de um tratamento mais prolongado.

O tratamento para combater a candidíase é feito à base de antimicóticos mas deve-se tentar tratar as causas da candidíase para evitar as recidivas. Fazer uma dieta especial, preparada em conjunto com o médico a o nutricionista, ajuda a recuperar a saúde e a reconstruir o sistema imunológico.

O tratamento é sistêmico e também é feito com cremes locais à base de antifúngicos, em geral de três a sete dias. Em casos mais resistentes, deve-se fazer o tratamento por via oral, bem como na suspeita de que o parceiro também tenha a doença, este deverá ser tratado.

O tratamento do homem também se faz através de antimicóticos locais ou sistêmicos (em casos mais rebeldes).

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