Artigos de saúde
Neste Artigo:
- Alimentação
Equilibrada e Orientada Pode Garantir Maior Qualidade de Vida
- Dieta Variada - Saudável - Balanceada
- Vitaminas - Uma Necessidade do Idoso
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Alimentação
Equilibrada e Orientada Pode Garantir Maior Qualidade de Vida
Nos últimos anos a melhora das condições de saúde e de tratamento tem feito com que o
número de idosos venha crescendo tanto no mundo quanto no Brasil. Este fato, segundo Dr.
Mauro Kleber de Sousa e Silva, especialista em clínica médica e suporte nutricional pela
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral pela AMB - Associação Médica
Brasileira, faz com que novas preocupações e investimentos sejam feitos na
identificação de particularidades que possam propiciar um melhor atendimento a pessoas
desta faixa etária.
É sabido que o envelhecimento causa alterações no corpo que podem interferir com a
alimentação e o estado de nutrição de uma pessoa. São comuns, segundo Dr. Mauro
Kleber, as alterações do paladar e do olfato, com redução na percepção dos sabores
salgado, doce e ácido. Embora não interfiram diretamente na ingestão alimentar, ocorrem
com freqüência, a redução da salivação e menor capacidade de mastigação. Seja por
falta de dentes ou pelo uso de dentaduras mal adaptadas e de diversos distúrbios da
deglutição. Todos estes fatores, devem ser levados em consideração quando se trata de
planejar a dieta de idosos, frisa o médico.
O idoso é em geral menos ativo fisicamente, e por isto tende a consumir menos calorias
que os indivíduos mais jovens. Este fator já representa um risco aumentado de
deficiência para várias vitaminas e minerais. Outra conseqüência é a alteração da
sua composição corporal com diminuição da massa corporal seca (notadamente músculos e
ossos) e um aumento da gordura corporal total.
No idoso, de acordo com o médico, o desenvolvimento da desnutrição tem alguns detalhes,
que se não observados podem fazer com que o médico ou nutricionista não chegue ao
diagnóstico correto. "O isolamento, a perda do cônjuge, a depressão, a demência,
a anorexia, o uso de medicamentos, a diminuição da mobilidade, o consumo de álcool, o
de tabaco, o estado da dentição, o uso de próteses, são condições que devem merecer
uma atenção especial pois podem interferir tanto com o acesso a alimentos quanto com a
sua ingestão".
A perda de peso e outras alterações no exame físico, tais como a diminuição de tecido
adiposo, do tônus muscular e da saúde da pele, são importantes, mas devem ser
interpretadas com cuidado. Mais importante parece ser uma avaliação funcional, que
pesquise mudanças nos hábitos e na rotina diária de trabalho e de lazer.
Dieta variada - Saudável - Balanceada
De acordo com o especialista, existe o consenso de que o idoso deve receber uma dieta
variada, saudável e balanceada. As necessidades protéicas, calóricas e de lipídeos
diárias não são muito diferentes das de grupos mais jovens de pessoas. Deve-se ter o
cuidado de adequar a dieta para os indivíduos com dificuldade de mastigação e
deglutição, alerta o médico. As restrições dietéticas, decorrentes de doenças
específicas, como a diabetes ou das insuficiências de órgãos, devem ser respeitadas, o
que não significa que a alimentação não possa ser saborosa. Eventualmente será mais
importante recuperar ou preservar o estado nutricional de um idoso doente, prestando a
atenção no prazer da alimentação e na conservação do apetite, do que respeitar
restrições dietéticas muito rígidas.
O uso de suplementos vitamínicos pelos idosos merece um comentário à parte, pois
segundo o médico, existem situações relacionadas ao envelhecimento e ao uso de dietas
inadequadas, que fazem com que os idosos estejam mais propensos a ter carência de algumas
vitaminas. "Este fato não justifica o uso indiscriminado de complexos vitamínicos
nestas pessoas, ademais a maior parte dos idosos que recebe uma dieta adequada não
apresentam sinais clínicos de deficiência vitamínica":ratifica.
O Dr. Mauro Kleber destaca sobre o cuidado especial deve ser dado à vitamina B12, cuja
deficiência é muito mais comum nesta faixa etária. Pessoas acima dos setenta anos têm
uma incidência maior de gastrite atrófica, diminuição da acidez gástrica e da
produção de fator intrínseco com conseqüente deficiência da absorção intestinal da
vitamina B12. "A falta desta vitamina pode levar a anemia megaloblástica, neuropatia
periférica, com dificuldades de marcha e déficits de cognição, e ela deve ser, quando
necessário, administrada por via parenteral", frisa.
Vitaminas - Uma Necessidade do Idoso
O especialista acrescenta ainda que também são comuns entre os idosos as deficiências
de vitamina D e cálcio. O envelhecimento leva a uma diminuição da absorção intestinal
da vitamina D ativa e da capacidade da pele de produzir o seu precursor, a vitamina D3. A
reposição de vitamina D deve ser feita com cuidado, pois é potencialmente perigosa,
podendo levar a hipercalcemia e à morte. A absorção do cálcio também diminui com a
idade e sua suplementação pode ser necessária, especialmente em mulheres em risco de
osteoporose. A suplementação de cálcio está contra-indicada em pacientes com história
de cálculos renais de cálcio, hiperparatireiodismo primário, sarcoidose e nos com
hipercalciúria renal.
Nos idosos, tão ou mais freqüente do que a desnutrição, ocorre a desidratação, que
deverá ser apropriadamente diagnosticada e corrigida pelos que os tiverem assistindo.
"A alimentação do idoso obedece os mesmos princípios da de outras faixas etárias.
A atenção especial que requerem algumas particularidades do envelhecimento, não cria
nenhuma dificuldade ou cuidado extraordinário que não devesse fazer parte do cuidado
habitual a ser prestado a um paciente", finaliza o especialista.
Copyright © 2000 eHealth Latin America 29 de Agosto de 2000.
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