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Infecção Pelo Papilomavírus Humano (HPV)

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste artigo:

- Definição
- Manifestações clínicas
- Diagnóstico
- Tratamento
- Observações
- Vacinação

Definição

Condiloma acuminado ou verruga venérea é o resultado de infecção adquirida, na maioria das vezes, através do contato sexual, que pode ter repercussões dermatológicas, urológicas, proctológicas e ginecológicas. Devido à grande variedade de manifestações clínicas que tal infecção pode ter, há preferência pela denominação genérica de "Infecção pelo Papilomavírus Humano". O homem é o único hospedeiro do agente infeccioso. A infecção inicia-se com a penetração do vírus em locais de microtraumas, freqüentemente durante a relação sexual com parceiro contaminado. Após a inoculação, o vírus pode alcançar a camada basal, onde o genoma é transportado ao núcleo das células. Durante os períodos de atividade do vírus, ocorre distúrbio do crescimento e maturação celular. Entretanto, na maioria dos casos, a infecção permanece latente durante períodos de tempo variáveis.

Manifestações clínicas

Após período de incubação, que varia de meses a anos, surgem as manifestações clínicas, que variam desde lesões papulosas e vegetantes (verrugas), de tamanho variável, isoladas ou múltiplas, visíveis a olho nu, até pequenas lesões detectáveis apenas através do exame colposcópico e citológico (manifestações subclínicas). As lesões visíveis são representadas pelos condilomas acuminados ou exofíticos e pelos condilomas planos. Em geral, as lesões são encontradas em diversos focos. Por esse motivo é importante a exploração adequada das regiões genital e anal durante o exame.

No homem, as localizações mais frequentes são a glande, o sulco balanoprepucial e a região perianal. Na mulher, a vulva, o períneo, a região perianal, a vagina e o colo uterino. Com menor frequência, as lesões podem ser encontradas na cavidade oral e na mucosa ocular. Outra forma de manifestação clínica da infecção pelo Papilomavírus humano são os condilomas acuminados gigantes.

Diagnóstico

Na maioria dos casos, o diagnóstico pode ser feito através da clínica e confirmado através do exame anatomopatológico.

- Nos casos de lesões subclínicas, ou seja, lesões não visíveis a olho nu, a citologia pode revelar a presença de coilócitos.

- O exame colposcópico da vulva, vagina e cérvice poderá detectar a presença de imagens alteradas, indicativas de realização de biópsia para estudo anatomopatológico.

- Hibridização molecular: realizada através do uso de sondas de RNA/DNA, permitindo a tipagem do vírus.

- PCR: realizado através da amplificação de cadeias de DNA, também permite a tipagem viral.

Tratamento

Conceito recente é que as infecções pelo Papilomavírus humano podem ter caráter transitório ou permanente.

O caráter transitório da infecção depende do estado imunológico adequado do hospedeiro. O caráter permanente parece relacionar-se além da deficiência imunológica, do tipo de HPV e da carga viral (quantidade de vírus transmitida durante a relação). A infecção permanente tem sido mais frequente em mulheres acima de 30 anos, talvez por terem tido maior período de exposição ao vírus. Para as infecções permanentes, o tratamento destruirá apenas a manifestação visível clínica ou colposcopicamente, já que após este tratamento, o vírus permanecerá no estado latente no interior das células. As recidivas dependerão do estado imunológico do hospedeiro.

Observações

- Alguns tipos de HPV, particularmente os tipos 16 e 18, estão correlacionados com o câncer genital. É importante que todos as pacientes sejam submetidas a acompanhamento periódico no intuito de detectar e tratar adequadamente qualquer lesão suspeita de transformação maligna.

- Lembrar que os metabólitos da nicotina deprimem a imunidade celular local e que, nas infecções pelo Papilomavírus humano, este tipo de imunidade tem ação contra o vírus. É importante orientar a paciente para cessar o tabagismo no intuito de prevenir as recidivas.

- O uso de imunomoduladores como o interferon tem sido realizado em trabalhos de pesquisa e os resultados parecem ser favoráveis, diminuindo os episódios de recidivas.

- Os parceiros sexuais devem ser examinados e tratados quando apresentarem lesões clínicas ou subclínicas.

- Sempre que possível, é importante realizar-se a tipagem do HPV no intuito de saber se o tipo encontrado é de alto ou baixo risco para o desenvolvimento de câncer.

- Deve-se diagnosticar e tratar as infecções cérvico-vaginais associadas ao HPV.

Vacinação

A vacina contra o HPV é dada em forma de infeção e serve para prevenir doenças causadas pelo vírus, como lesões pré-cancerosas, câncer do colo do útero, vulva e vagina, ânus e verrugas genitais. Ela é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos de 9 a 14 anos.

O SUS oferece a vacina quadrivalente, que protege contra os quatro tipos de vírus HPV mais comuns no Brasil, estimulando o organismo a desenvolver os anticorpos necessários para combater o vírus, caso seja infectada. Podem se vacinar pelo SUS, também, homens e mulheres de até 26 anos que são HIV positivas, pessoas que receberam transplante de órgãos e medula óssea, e pacientes em tratamento para câncer.

Também é possível se vacinar na rede particular, onde a idade é estendida dos 9 aos 26 anos para homens e de 9 aos 45 para as mulheres.

É importante destacar que o ideal é que o adolescente seja vacinado antes do início da vida sexual. Contudo, ser sexualmente ativo não impede a vacinação.

Copyright © Bibliomed, Inc. 30 de junho de 2021.