Artigos de saúde
A infecção pela bactéria Helicobacter pylori
leva a infecções digestivas crônicas (entre elas a úlcera péptica) com um grande
impacto na saúde pública. Entretanto, o estabelecimento de medidas de prevenção da
transmissão da bactéria é limitado pelo pouco conhecimento que se tem atualmente da
maneira como ela se transmite.
As doutoras Karen J Goodman da Universidade do Texas, e Pelayo Correa da Louisiana State
University estudaram os efeitos da prevalência familiar do H pylori, em crianças
da zona rural colombiana de idades entre 2 e 9 anos, na região dos Andes. O estudo foi
publicado na revista Lancet da semana passada.
As pesquisadoras avaliaram 684 crianças para verificar a presença do H pylori,
usando o exame respiratório 13C-uréia. Procurou-se verificar em cada criança
com exame positivo a ocorrência de positividade em irmãos que estivessem na mesma faixa
etária. Fatores possíveis de interferir nos resultados, como a higiene familiar,
indicadores sócio-econômicos, e número de crianças na habitação, foram valorizados
na análise dos dados.
As médicas encontraram que a possibilidade de infecção na habitação aumentava de
acordo com o número de irmãos que lá viviam: quanto mais crianças, maior a
possibilidade de encontrá-las contaminadas. Em relação às idades, havia maior
influência na taxa de infecção se a diferença de idade entre os irmãos era de até 4
anos (ou seja, se as crianças tinham idades próximas).
Verificou-se ainda que a transmissão se dada preferencialmente dos irmãos mais velhos
para os mais jovens.
O estudo pode ser uma etapa importante no conhecimento da transmissão familiar do H
pylori.
Fonte: Lancet 2000; 355: 358-62
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